Rio (AE) - Com a operação garantida à Petrobras de todos os campos no pré-sal, a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) teme que a estatal adote uma postura mais ousada na conquista de blocos terrestres na próxima rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Seria interessante se a Petrobras conter seu ímpeto. Agora, se ela entrar com dinheiro farto, não vai sobrar nada para a gente (produtores independentes)”, alertou o presidente da ABPIP, Oswaldo Pedrosa.
Alex RégisProdutores independentes estão receosos por disputaProdutores independentes estão receosos por disputa
Para o executivo, a aprovação do projeto de capitalização da Petrobras pelo Congresso não garante um mercado adicional para os produtos independentes. O projeto incluiu uma emenda que determina que Petrobras poderá ceder 100 milhões à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para licitações.
“Não queremos ser substitutos da Petrobras, queremos ser parceiros”, afirmou. Pedrosa defendeu a importância dos operadores independentes para o desenvolvimento econômico e social dos municípios produtores de petróleo no Brasil. Um estudo feito a pedido da ABPIP pela Universidade Federal da Bahia mostra que o 40% do Produto Interno do Bruto (PIB) do município de Mata de São João, na Bahia, vem de atividades ligadas direta ou indiretamente a cadeia de petróleo.
Na cidade, opera o maior produtor independente do Brasil, a PetroRecôncavo, que detém a concessão para exploração e produção de blocos da Petrobras. O professor Doneivan Ferreira, responsável pelo trabalho, lembra que as grandes empresas acabando trazendo para as cidades produtoras todos serviços necessários para a atividade. Já as operadoras independentes precisam usar a economia local e, por isso, acabam incentivando o desenvolvimento da região.
Com a movimentação na economia local, o recolhimento de ISS do município de Mata de São João somou R$ 3 milhões, superando o pagamento de royalties em 2009, que foi de R$ 829 mil. O estudo identificou a presença de 20 segmentos fornecedores, que suportam a atividade de petróleo e gás na cidade. Ao todo esses segmentos reúnem 279 empresas.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal
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