A Petrobras vai participar do leilão de áreas exploratórias de petróleo e gás na quinta-feira de maneira seletiva, em busca de aumentar o portfólio da empresa, afirmou nesta terça-feira (27) o presidente da petroleira estatal, Pedro Parente.
A 15ª Rodada, realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em regime de concessão, vai licitar 70 áreas nas bacias sedimentares marítimas do Ceará, Potiguar, Sergipe-Alagoas, Campos e Santos e nas bacias terrestres do Parnaíba e do Paraná.
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"Vamos entrar de maneira seletiva... vamos continuar aumentando o nosso (portfólio)... Vamos tentar, não sabemos se vamos ganhar", ponderou Parente, a jornalistas, após participar de evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Parcerias
Nos campos que exigem maior investimento e maior risco, Parente destacou que o modelo de participação mais adequado para a empresa é o de parcerias.
"Temos um orçamento e um processo de governança que estabelecem limites, e esses limites nós vamos seguir."
Na 14ª Rodada, a Petrobras e a norte-americana Exxon Mobil atuaram em parceria. O maior bônus de assinatura do leilão foi de cerca de R$ 2,24 bilhões pelo bloco C-M-346, oferecido pelo consórcio em que cada empresa detém 50%, com operação da estatal brasileira.
Para o leilão de quinta-feira no Brasil, 21 empresas, incluindo Chevron, BP, Exxon, Shell, Statoil e Total se registraram para concorrer.
Parente comentou ainda uma perspectiva do mercado de que haja pré-sal em blocos que serão licitados da 15ª Rodada, que estão na fronteira do chamado polígono do pré-sal.
"Aquela é uma fronteira legal, que obviamente não tem a ver com uma fronteira geológica, e, de fato, são campos que podem ter interesse importante", disse Parente.
O executivo evitou fazer comentários sobre se irá buscar ser operador das áreas para as quais realizará lances.
Além disso, explicou que também é preciso avaliar a 15ª Rodada em conjunto com a próxima rodada do pré-sal, prevista para junho, que também apresenta áreas importantes.
Ele disse que o setor contará com "bons leilões" neste ano no Brasil.
Endividamento
Durante sua apresentação no evento, em um auditório com mais de 500 executivos e representantes do setor de petróleo e gás, na Firjan, Parente mostrou otimismo ao falar do trabalho para reduzir a dívida da companhia, a maior do setor no mundo.
Segundo o executivo, a empresa poderá encerrar o ano com o indicador de alavancagem medido pela dívida líquida/Ebitda em 2 vezes, se os preços do petróleo ficarem firmes em torno de 70 dólares o barril.
Parente, no entanto, manteve a meta de 2,5 vezes para a dívida/Ebitda da empresa até o fim de 2018, e disse acreditar que o indicador deve convergir para uma relação de 1,5 vez em 2022.
O Brent era cotado a pouco mais de US$ 70 o barril nesta terça-feira.
Fonte: G1