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Navalshore

Petrobras traz técnicas inéditas para o Brasil

Janeiro de 2011: um dirigível, estilo Zeppelin, de 20 metros de comprimento e 7 de altura, cruza os ares das cidades de Guararema, Ribeirão Pires e Mauá. Não se trata de passeio turístico e nem do renascimento do veículo de transporte aéreo criado pelos alemães e que fez muito sucesso na década de 1930. Esse é um dirigível não tripulado e sua missão é monitorar cuidadosamente as obras de construção dos gasodutos Gasan 2 (Mauá-São Bernardo do Campo) e Gaspal (Rio de Janeiro-São Paulo). A primeira "patrulha aérea" foi feita no dia 6 de janeiro.

O volume gigantesco de obras, com investimentos previstos de US$ 224 bilhões em quatro anos (2010/2014), e a necessidade de reduzir os custos e o tempo das obras, aumentando a produtividade, está levando a Petrobras a buscar soluções de engenharia inéditas no Brasil, muitas delas antes inviabilizadas pela insuficiência de volume de serviços. E a busca da estatal estimula as empresas domésticas a desenvolverem ou importarem tecnologias para disputar o filão de serviços.

"A gente quer o quê, quando e por quanto. O como é responsabilidade do proponente", explica o engenheiro Sergio Donizete, gerente setorial de Desenvolvimento de Tecnologias de Construção e Montagem da estatal. No caso do dirigível, que voa a 100 metros do solo a uma velocidade de até 80 quilômetros por hora e 4 horas de autonomia, o serviço de monitoramento de dutos com poderosas câmeras digitais nasceu como subproduto de uma outra pesquisa.

A ideia original, ainda não abandonada, era utilizar os veículos da empresa Space Airships para movimentar equipamentos pesados, como guindastes, por exemplo, de um local para outro, minimizando o tempo de ociosidade desses equipamentos.

Estatal experimentou a instalação de coberturas sobre os canteiros para evitar a paralisação das obras no período chuvoso

É também buscando reduzir a perda de preciosas horas, as vezes semanas e até meses nos canteiros de obras, que a estatal começou a experimentar a complicada instalação de gigantesca coberturas sobre os canteiros para evitar a paralisação dos trabalhos nos períodos chuvosos. Recentemente, na região de Guararema (SP), foi instalada, com sucesso, uma cobertura de 3,5 quilômetros de extensão para permitir o prosseguimento de obra de instalação de dutos.

Também em Guararema foi instalada uma cobertura de 17 mil metros quadrados - mais de duas vezes o gramado do estádio do Morumbi - por 43 metros de altura para permitir a instalação de uma estação de bombeamento de combustíveis sem risco de paralisação da obra por causa de chuvas.

Com o progresso das técnicas de cobertura, Donizete avalia que logo será possível cobrir terrenos inteiro, desde que relativamente planos, para obras de terraplenagem, as que mais sofrem paralisações por causa de estações chuvosas. No ano passado as obras das refinarias Abreu e Lima (PE) e do Comperj (RJ) tiveram de ser paralisadas durante as estações chuvosas nos dois Estados.

Na área de tubulações e soldagens são muitas as novidades que a estatal e o mercado em geral estão testando para ganhar tempo e reduzir preços. Uma das soluções em fase de testes é o acoplamento de peças sem necessidade de solda ou parafuso, utilizando tecnologia com luvas de pressão. "Essa tecnologia existe aplicada a algumas indústrias e queremos ver se ela pode também ser aplicada à indústria do petróleo", disse Donizete.

Ainda na área de soldagem, paralelamente à busca por alternativas automáticas e semi-automáticas à tradicional tecnologia do eletrodo, a Petrobras está incorporando outras novidades, como a chamada "máscara de escurecimento rápido e automático", uma máscara de soldagem que evita a necessidade de o soldador levantá-la, como acontece com a máscara tradicional, para enxergar o ponto exato da soldagem.

De acordo com Donizete, apenas o uso dessa máscara permite ganho de produtividade de até 30% no processo de soldagem. O uso de robôs, muito difundido na indústria automobilística, também é cogitado, mas o engenheiro Donizete admite que essa técnica tem limitações por não haver nas obras da Petrobras muitos procedimentos repetitivos. Ele avalia que a robótica talvez possa vir a ser utilizada na construção de navios.

Fonte: Valor Econômico//Chico Santos | Do Rio


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