Até 2017, o programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN) fará com que a Petrobras realize o afretamento (aluguel) de 39 navios feitos no Brasil pelo prazo de 15 anos. A iniciativa encontra-se atualmente em sua segunda fase. Na primeira, foram contratadas 19 embarcações para o transporte de petróleo e seus derivados, que deverão entrar em operação entre 2011 e 2014. Na etapa atual, foram requisitados mais 20 navios que irão iniciar as atividades entre 2013 e 2017.
Conforme o gerente-executivo de Logística do Abastecimento da Petrobras, Eduardo Autran, o valor total envolvido nessas ações, sem contar os custos portuários, é de aproximadamente US$ 350 milhões. A expectativa é de que o EBN gere em torno de 30 mil empregos diretos e indiretos durante a construção das embarcações e mais de 2 mil empregos permanentes ao longo da vida útil dos navios. Além de incentivar a indústria naval do País, o gerente-geral de Transporte Marítimo do Abastecimento da Petrobras, Rogério Figueiró, argumenta que a medida diminui a exposição da estatal à volatilidade do mercado internacional de frete. O diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, complementa que há espaço para o aproveitamento de frota brasileira, estrangeira, alugada ou própria.
Figueiró acrescenta que nos próximos dez anos a perspectiva é de que a empresa dobre a produção de petróleo, chegando em 2020 com um desempenho de aproximadamente 5,4 milhões de barris equivalentes/dia.
"Isso beneficiará o segmento de embarcações nacionais que movimentam petróleo e seus derivados", reitera o dirigente. O volume transportado pela Petrobras através do mar vem evoluindo com os anos. Em 2003, a estatal demandou o deslocamento marítimo de 127,4 milhões de toneladas em carga, contra 168,7 milhões de toneladas no ano passado. Ainda em 2003, a companhia utilizou 110 navios para atender às suas necessidades, contra 187 embarcações em 2010.
"Quando me perguntam onde investir na cadeia de petróleo e gás, e por causa do pré-sal, eu respondo façam estaleiros, façam estaleiros, façam estaleiros", brinca Costa. Ele destaca que o crescimento da Petrobras implicará aumento da frota e relata que, de acordo com o programa EBN, é exigido que as embarcações contratadas contenham um percentual de nacionalização de 50% quanto aos seus equipamentos. "E a ideia é aumentar esse índice futuramente", adianta.
A Petrobras, através da sua subsidiária Transpetro, também possui o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef), que tem como meta elevar o número de navios próprios desta companhia. Na sua primeira fase, o Promef envolveu a construção de 26 embarcações e na segunda, mais 23 navios.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)
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