O conselho de administração da Petrobras pretende analisar a recondução de João Elek Filho para a diretoria de governança e conformidade da companhia, assim que a empresa for comunicada oficialmente da decisão da Comissão de Ética Pública da presidência da República, que reviu a advertência aplicada ao executivo no fim de agosto e arquivou o processo.
"A pronta deliberação da Comissão de Ética Pública é muito bem-vinda e permitirá que o conselho de administração volte a avaliar o assunto tão logo a empresa seja comunicada oficialmente e conheça o inteiro teor da decisão", informou a Petrobras, em nota ao Valor.
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Em reunião na segunda-feira, a CEP decidiu, por maioria de quatro votos a dois, acatar o pedido de reconsideração feito por Elek Filho, para arquivar a denúncia e tornar sem efeito a advertência aplicada anteriormente.
O diretor havia sido temporariamente afastado do cargo pelo conselho da Petrobras, após a CEP ter aplicado advertência ao executivo, por ter autorizado, no fim de 2015, a contratação, sem licitação, da Deloitte, consultoria em que a filha de Elek participava de um processo de disputa por uma vaga de emprego.
De acordo com informações da Petrobras, a filha de Elek foi contratada pela Deloitte para posição iniciante por meio de processo seletivo competitivo que durou de setembro de 2015 a março de 2016. No mesmo mês de março, o próprio diretor comunicou à comissão de ética da Petrobras que sua filha havia sido contratada.
Elek ocupava a diretoria de governança e conformidade desde fevereiro de 2015 e era o membro mais longevo da atual diretoria da estatal. Entre suas atribuições estava a decisão sobre a inclusão ou retirada de empresas da lista de bloqueio cautelar imposta pela petroleira no fim de 2014 às companhias citadas na Lava-Jato.
O mandato de Elek termina em 2018, mas pode ser renovado. Ele é o único diretor com cargo "blindado" na Petrobras - só pode ser destituído com aprovação do conselho de administração.
Fonte: Valor