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Petróleo mantém a demanda aquecida na indústria naval

Estaleiros: O Brasil já tem a quinta maior carteira de encomendas do mundo de navios petroleiros
O volume de negócios na indústria naval é crescente. Em 2010, as encomendas somaram 132 projetos (entre plataformas de petróleo, petroleiros, navios graneleiros e porta-contêineres, rebocadores, balsas e empurradores) até abril. O número é bem superior ao período de 2000 a 2009, quando os estaleiros registraram 168 encomendas entregues. O mercado brasileiro já detém a quinta maior carteira de encomendas do mundo de navios petroleiros. No setor de construção naval, fica atrás apenas da Coréia, China e Japão. Hoje, os estaleiros nacionais estão trabalhando em capacidade total. Diante do aumento de encomendas, há projetos para a implantação de 17 estaleiros e a expansão de outros cinco.
"A construção naval brasileira é voltada para a logística do petróleo (transporte, exploração, produção e serviços offshore). Por isso, a constatação das agências internacionais de que a demanda mundial diária de petróleo já retornou aos níveis de 85 milhões de barris por dia, com a estimativa de atingir 106 milhões de barris dias em 2030, tem grande repercussão na demanda de navios e equipamentos", afirma o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha.
Os 28 estaleiros associados ao Sinaval terminaram o ano passado com um faturamento estimado em R$ 5 bilhões. A perspectiva é de fechar 2010 com aumento de 10% a 20%, passando a R$ 5,5 bilhões ou R$ 6 bilhões.
São vários os fatores que contribuem para a atual expansão da indústria naval brasileira. Entre os principais, primeiramente, está a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) da Petrobras que lançou mais uma etapa do Prorefam, um programa com o objetivo de renovar a frota e atender ao aumento da produção de petróleo e gás natural. Como segundo fator, há a perspectivas de produção na área do pré-sal a partir de 2012.
As encomendas bilionárias da Petrobras envolvem petroleiros, plataformas, sondas, embarcações de apoio, que chegam a US$ 17 bilhões, numa primeira etapa (entre 2009 e 2010), podendo ir a US$ 40 bilhões até 2012. Hoje, existem 258 unidades flutuantes em operação no mundo. A Petrobras tem 50, próprias e sob contrato. É a empresa petroleira com maior atividade na produção de petróleo offshore, que ocorre sobre a plataforma continental, ou seja, mais próximo da costa.
Como terceiro fator principal para a retomada da indústria naval, está o Programa de Modernização da Frota de Petroleiros (Promef), da Transpetro - subsidiária da Petrobras. O programa foi iniciado em 2005, com a licitação de 26 embarcações na primeira fase, totalizando US$ 2,5 bilhões em investimentos. A segunda fase, que já está em andamento, prevê o lote de 23 navios de médio e grande portes com investimentos que devem chegar a US$ 1,5 bilhão. No dia 7 de maio, foi lançado ao mar o primeiro petroleiro, de um total de 49 navios encomendados pela Transpetro.
Segundo Rocha, como a Transpetro exige 70% de participação nacional, o total de trabalhadores envolvidos na rede da construção naval é de 300 mil pessoas. Os contratos em vigor, hoje, somam US$ 6 bilhões.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no papel de principal financiador dos investimentos de longo prazo da indústria e da infraestrutura no Brasil, informa que 195 embarcações estão contratadas ou com construção anunciada. Somando as encomendas em carteira nos estaleiros a esses novos investimentos, a indústria naval deve movimentar R$ 55 bilhões nos próximos anos, o que coloca o Brasil na sexta posição do ranking mundial de investimentos no setor.
Além do forte impulso da Petrobras, o segmento naval brasileiro também tem atendido a outras demandas. A venezuelana PDVSA encomendou dez petroleiros ao Estaleiro Ilha (Eisa). A Vale também é cliente importante para embarcações destinadas ao transporte de minério. Há ainda a demanda de 48 plataformas de produção feita pela empresa petroleira privada OGX. A construção será no Estaleiro OSX, em Santa Catarina.
Com a expansão da economia e do transporte de cabotagem, encomendas de mais navios porta-contêineres são esperadas. Neste ano, por exemplo, a Log-In Logística Intermodal, empresa com soluções integradas para a movimentação portuária e transporte de contêineres porta a porta, investirá R$ 334,9 milhões na construção de navios no Estaleiro Ilha (Eisa), sendo R$ 171,8 milhões para os navios porta-contêiner e R$ 163,1 milhões para os navios graneleiros para transporte de bauxita.
Além do investimento em navios, em 2010, a Log In passou a ter 30% de participação em uma nova empresa, chamada Log Star, criada em associação com o Grupo TBS, com 70% do capital social. A nova empresa Log Star vai atuar no transporte de carga geral e carga de projeto pela costa brasileira, ligando Sul com Norte e Nordeste. "Retomamos a trajetória de crescimento interrompida em 2009, com a crise mundial", diz o diretor-presidente da Log-In Logística Intermodal, Mauro Dias.

Fonte: Valor Econômico/ Adriana Aguilar, para o Valor, de São Paulo



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