A PetroRio (ex-HRT) tem como meta atingir uma produção de 100 mil barris diários de petróleo ao fim de 2016 e conta com aquisições de campos produtores para alcançar esse patamar. Atualmente, a companhia participa de concorrências no Brasil e no exterior para compra de ativos de produção e vê a possibilidade de adquirir ativos que custem até US$ 1 bilhão.
O diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Blener Mayhew, disse que a PetroRio já conversa com a Petrobras, que tenta vender ativos para cumprir a meta de US$ 700 milhões com este processo este ano.
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"Vamos alcançar este número [de produção de 100 mil barris/dia] com a aquisição de campos produtores, não vamos partir para exploração. Vamos continuar firmes na compra de ativos. Um grande vendedor que surge é a Petrobras. Estamos ativamente em contato com eles, mas não há nada de concreto na mesa. Acreditamos que, com o passar do tempo, eles vão ficar mais flexíveis a vender ativos", disse o executivo, em seminário na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
Mayhew explicou que a estruturação financeira das aquisições depende do valor do ativo e citou o caso de Bijupirá e Salema, na Bacia de Campos, comprado pela companhia com 20% de caixa próprio. "Seguindo essa proporção, com caixa de US$ 200 milhões, conseguimos comprar ativos de até US$ 1 bilhão", disse.
Parcerias de equity, acesso ao mercado de capitais no Canadá, onde a empresa está listada, e possibilidade de aumento de capital também são considerados.
A companhia produz, atualmente, 6 mil barris diários, relativos aos 60% que detém no campo de Polvo, na Bacia de Campos. Com a aquisição dos 40% restantes de Polvo e de 100% dos campos de Bijupirá e Salema, também na Bacia de Campos, a expectativa é que a produção da companhia atinja os 33 mil barris/dia.
A PetroRio, contudo, ainda depende da autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para concluir as aquisições. As pendências com o órgão regulador, segundo Mayhew, devem ser resolvidas "em breve".
A conclusão da aquisição é importante para que companhia fortaleça seu caixa. No terceiro trimestre, Mayhew destacou que a companhia realizou a venda de duas cargas de petróleo, uma em julho e outra em setembro, num total de 773 mil barris.
O caixa da petroleira deve ser reforçado, ainda, pelo recebimento da primeira parcela da venda dos ativos da Bacia do Solimões para a russa Rosneft, por US$ 55 milhões. A primeira parte do pagamento foi executada este mês, segundo o executivo.
Fonte: Valor Econômico/André Ramalho | Do Rio