Novo prazo limite foi apontado pelo diretor-presidente da PJMR em visita, com Luizianne Lins, ao Atlântico Sul
Ipojuca (PE) "Se daqui a 15 dias eu ainda estiver com a minha bússola girando 360 graus, estará perdido, porque nós precisamos de um norte. Sem um norte, em 15 dias ficará difícil, apesar de a gente saber que essas coisas não são fáceis e que temos que quebrar muitas pedras". O novo prazo limite para que governo do Estado e a prefeitura de Fortaleza defina uma área para instalação do Estaleiro Promar Ceará, em Fortaleza, foi apontado no fim da tarde de ontem pelo empresário e diretor presidente da PJMR, Paulo Haddad, após acompanhar a prefeita Luizianne Lins em uma vista de quatro horas e meia ao Estaleiro Atlântico Sul (EAS),no Distrito Industrial de Suape, em Ipojuca, no litoral pernambucano.
Pontos apresentados
Segundo o empresário, que ainda "acredita" na viabilidade da Praia do Titanzinho, no Serviluz, para instalar o empreendimento, até o momento, quatro áreas lhes foram apresentadas pela Prefeitura de Fortaleza, como alternativas: a Inace, a preferida da prefeita, mas com problemas estruturais próprios; o Pirambu, com limitações urbanas; a Foz do Rio Ceará, com uma ponte no caminho, e o Porto do Pecém, com localização privilegiada e profundidade suficiente, mas de elevado custo financeiro. Um a um, Haddad explicou os senões, sempre defendendo que a melhor viabilidade econômica e financeira para o projeto é a Praia do Titanzinho. "O que esperamos é a decisão da parte da prefeita de um plano para instalar o estaleiro na orla de Fortaleza", declarou o empresário. Ressaltou no entanto, após a visita de Luizianne Lins ontem ao Atlântico Sul, que tem clara a posição da prefeita de que ela não quer perder o equipamento.
"A decisão dela de vir aqui (em Ipojuca) conhecer o estaleiro é uma demonstração de que está interessada em resolver isso", declarou Haddad. Apesar do otimismo demonstrado, ele reconhece que, diante da geografia do litoral cearense, não é fácil encontrar uma área com 500 metros de frente para o mar, profundidade de oito metros e abrigada das ondas.
"No Ceará não há área de grande porte e com essas características disponíveis, mas pode ser feito. A discussão é quanto isso vai custar. Mas essa é uma posição que o governo do Estado deve tomar", reiterou, numa referência ao Pecém, ao Pirambu e à Foz do Rio Ceará.
Impressões
"Não tenho a menor dúvida de que essa é um obra de grande envergadura, com os devidos cuidados com as questões trabalhistas e que dessa forma o Atlântico sul entra de formar grandiosa na Indústria Naval", exclamou Luizianne Lins, após visitar as instalações do EAS.
Acompanhada do coordenador de Planejamento, e do Secretário de Infraestrutura da Prefeitura, respectivamente, José Meneleu e Luciano Feijão, a prefeita conheceu os vários galpões onde são construídos os navios encomendados pela Transpetro, ao EAS. "Viemos conhecer de perto o empreendimento, o tamanho, entender a logística que o envolve, para podermos ver em Fortaleza, onde poderemos encontrar um local que possa oferecer espaço para uma infraestrutura capaz de abrigar o estaleiro", explicou a prefeita após a visita.
SERVILUZ DESCARTADO
A bordo de um helicóptero, Luizianne Lins e Paulo Haddad vão ver de perto as condições do litoral de Fortaleza
Ipojuca (PE) Em meio às críticas de que estaria colocando "areia", ou seja retardando a instalação do Estaleiro Promar Ceará, por não permitir a construção do equipamento na Praia do Titanzinho, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, quebra hoje, mais uma vez a rotina de trabalho e faz um sobrevoo no litoral de Fortaleza, na tentativa de encontrar uma área adequada para "ancorar" o equipamento naval. Acompanhada do empresário Paulo Haddad e do secretário Luciano Feijão, Luizianne Lins vai sobrevoar inicialmente, a área da Inace, no Poço da Draga, passando pelo Pirambu e seguindo até a Foz do Rio Ceará, sem esquecer de dar uma "passadinha" pelo Titanzinho e demais praias da cidade.
"Além da Inace, o Pirambu é uma área que pode receber o estaleiro, mas, neste momento, nenhuma dessas áreas - a exceção do Serviluz - está descartada", exclamou a prefeita, após almoço no refeitório do EAS, no início da tarde de ontem.
Sem prejuízos
Preocupada com o estigma de que poderá ser apontada como a responsável pela desistência da PJMR em instalar o empreendimento, Luizianne Lins reiterou que está disposta a apoiar o estaleiro, "mas de forma responsável e respeitando a legislação urbanística da cidade, e os desejos da população". "Tenho toda a boa vontade, mas precisamos ver se na nossa orla, temos, de fato, uma área que possa abrigar um empreendimento dessa envergadura, sem prejuízos à cidade", declarou. Antes de conhecer a estrutura do EAS , a prefeita visitou o Centro de Treinamento Eng. Francisco Vasconcelos, em Ipojuca, onde estão sendo treinados a grande maioria da mão de obra empregada no empreendimento. Em muitos casos, eram trabalhadores rurais, donos de casa, comerciantes, pescadores e jovens que, agora, trabalham como soldadores, montadores, eletricistas, encanadores e caldeireiros, dentre outras funções, todos com carteira assinada e uma nova vida pela frente. (CE)
TETO DE US$ 30 MI
Só o Titanzinho tem estudo, diz Adail
Titular da Seinfra informou ontem que o Estado não tem estudo detalhado de outras áreas além do Titanzinho
O secretário de infraestrutura do Estado, Adail Fontenele, disse ontem que torce para que a área encontrada pela prefeita Luizianne Lins e pelos sócios da PJMR para instalação do Promar Ceará seja viável tecnicamente viável. "Espero que o local tenha calado de oito ou dez metros de profundidade, logo à beira-mar, e que o recurso de 30 milhões de dólares seja suficiente para realizar as obras no terreno, seja onde for, e que o estaleiro possa vir para o Ceará".
Fontenele informou ainda que a Seinfra não possui avaliações de outras áreas além do Titanzinho. "Nos demais locais, não temos nenhum estudo detalhado que possa remeter a um valor maior ou menor que este, já autorizado pelo governador. O compromisso do Estado é de investir isso (US$ 30 milhões). Este é o valor máximo.
Refinaria irreversível
O titular da Seinfra disse estar satisfeito com o interesse de técnicos da Petrobras com as ampliações do Complexo Industrial e Portuário do Pecém CIPP, onde será instalada a refinaria Premium II. "Será necessário pelo menos mais dois píeres para a refinaria. Equipes da estatal participam ativamente do projeto executivo do Porto, vindo pra cá toda semana. Esta participação me mostra que é um investimento irreversível", avalia.
Enquanto a Justiça não emite parecer sobre a questão de terras indígenas no terreno na Premium II, o governo toca outras ações. "Sei que na PGE, as desapropriações estão bem perto de 80% da área e vamos licitar em breve o desvio da CE-085, no trecho que vai permear o terreno. Não me traz desânimo essa postergação que se comenta a respeito do parecer da Funai.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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