Governo e Suframa trabalham para gerar qualificação profissional e conseguir uma área para o modelo
O Faturamento da Indústria Naval em 2010 foi de R$ 185 milhões de dólares, equivalente ao do Polo Termoplástico do Distrito Industrial.
O setor, que deve triplicar seu crescimento nos próximos anos, precisa de 36 mil profissionais qualificados até 2014. Os dados foram revelados pelo Sindicato da Construção Naval, durante o I Seminário “A Formação Profissional para o Arranjo Produtivo Local da Indústria da Construção Naval”, coordenado pela Secretaria Estadual de Planejamento.
O setor - em franco crescimento e despertando interesse de grandes estaleiros internacionais - provocou uma corrida pela organização desse, que é considerado um novo segmento econômico para o Amazonas.
Governo do Estado e Suframa, querem resgatar uma dívida histórica de mais de cem anos com o setor naval e nos últimos 18 meses vem desenvolvendo ações concretas para, em pelo menos três anos, inaugurar o novo “Polo Industrial Naval do Amazonas”, nos mesmos moldes do Polo Industrial de Manaus (PIM).
A coordenadora geral de estudos econômicos da Suframa, Ana Maria Souza, admite essa dívida. “Nós desassistimos o setor em todas as áreas. Financeira, de qualificação e de estruturação. Agora vamos mudar isto, unindo parceiros e definindo estratégias”, diz.
Falta terreno
Além da qualificação profissional, outro grande gargalo da Industria Naval no Amazonas é a falta de documentação da terra. Nesse sentido, a Suframa solicitou uma área de 1,9 mil hectares, localizada depois do Puraquequara - demarcada pelo Instituto de Terras do Amazonas - que está sob domínio do Programa Terra Legal.
“Precisamos definir uma área para a uniformização de um complexo náutico e naval que possa comportar estaleiros locais e de grande porte” detalha Ana.
Ela também revela que os recursos para o desenvolvimento de todos os estudos necessários para definição da área está agendado no Planejamento da Suframa para 2012.
Mão de obra carece de mais técnica
O sindicato Naval reconhece que a mão de obra existente, em sua maioria, é resultado de um aprendizado que passa de um trabalhador para outro.
“Trabalhamos com o que nos vimos os outros fazerem, não temos tecnologia e ainda cortamos aço com oxigênio. Nossos profissionais, que são muito bons, não possuem nenhuma qualificação técnica e isso precisa mudar rapidamente”, considera o presidente do Sindicato da Construção Naval do Amazonas, Matheus Araújo.
Atualmente o Cetam, em parceria com a Hermasa, oferece três cursos na área naval em Itacoatiara. O Senai também atende parte da demanda oferecendo curso de soldador, mecânico, eletricista e marceneiros. No nível superior, UEA e Ufam prometem criar cursos para a área naval.
Fonte: Portal A Crítica/Kátia Gomes
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