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Portal do pré-sal testa modelo de cadeia produtiva

Enquanto o fundo de recebíveis para financiar fornecedores da Petrobras naufraga, a estatal costura com os seis maiores bancos do país um novo portal para facilitar o crédito às empresas que compõem a cadeia do pré-sal. A arquitetura que está sendo desenhada vai obrigar cada um dos integrantes a atribuir notas aos seus fornecedores e, assim, sucessivamente, até chegar ao quarto elo da cadeia, segundo explica o diretor de relações com investidores, Almir Barbassa. Esse sistema é o mesmo já adotado pela estatal com os seus fornecedores diretos e que auxilia na avaliação de risco pelas instituições financeiras. Aqueles que quiserem ser elegíveis aos recursos bancários também se comprometerão, tal como a estatal, a abrir o seu cronograma de pagamentos, fazendo com que um recebível Petrobras possa gerar vários filhotes.
"A ideia é estender o crédito Petrobras para além da primeira fila de contratos, que já têm acesso (a crédito em condições favoráveis), fazendo escoar os recursos a fornecedores da segunda, terceira e quarta rodadas", afirma Barbassa. O pool de instituições está sendo formado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander e HSBC e cada um dos bancos tem uma atribuição a cumprir no desenho do portal. A expectativa é de que entre setembro e outubro um piloto já esteja no ar, usando um projeto em andamento como teste, para depois ampliá-lo para toda a cadeia.
Para a Petrobras, o objetivo é que, quando o portal estiver consolidado, a estatal possa abrir mão de adiantar recursos a fornecedores, prática muito comum em grandes contratos de fornecimento. "O ideal é liberar caixa e deixar o crédito para o sistema bancário, que tem a função de emprestar", afirma Barbassa.
Deixar de antecipar recursos a fornecedores num momento de investimentos vultosos e de incertezas sobre a capitalização da estatal, também teria o papel de reduzir as necessidades de financiamento da empresa, o endividamento e favoreceria a classificação de risco de crédito pelas agências de "rating".
Para os bancos esse é um grande filão de negócios, porque as instituições passam a ter a visão do grande pagador, tendo aberto o fluxo de contas a pagar da gigante petrolífera.
Só a Petrobras tem mais de 50 mil fornecedores diretos e o efeito multiplicador na cadeia é imenso, diz Barbassa. Conforme cita, dos US$ 174 bilhões de investimentos previstos pela estatal no plano 2009-2013, US$ 100 bilhões devem ser endereçados ao pagamento de fornecedores, o que resulta em desembolsos equivalentes a US$ 20 bilhões ao ano. Se pelo menos 20% disso for financiado, serão US$ 4 bilhões ao mês. "É só para começar, depois (o volume) cresce à medida em que se formata o produto para os demais projetos."

Fonte: Valor Econômico/ Adriana Cotias, de São Paulo


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