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Porto móvel

Programa Tecnológico de Logística da Petrobras desenvolve novas soluções para o pré-sal >> Com plataformas localizadas a cerca de 300 quilômetros da costa brasileira, a exploração e produção de petróleo na região do pré-sal impõe desafios logísticos ao setor, especialmente no que diz respeito aos serviços de apoio offshore.

O aumento da produção no Brasil, que a partir de 2020 pode chegar a 5,2 milhões de barris por dia de acordo com o Plano de Negócios da Petrobras, e a instalação de novos sistemas de produção descentralizados fizeram com que a empresa investisse no início de 2014 em linhas de pesquisa de inovação em logística, com a criação do Programa Tecnológico de Logística, o Prolog.

Segundo o engenheiro Roberto Edward Cruz, coordenador do Programa Tecnológico de Logística da Petrobras, que falou sobre o assunto durante o painel “Desafios logísticos para o pré-sal” no Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), o objetivo do Prolog é encontrar soluções que melhorem o desempenho e a eficiência da infraestrutura da companhia, evitando ou diminuindo a perspectiva de investimento em novas infraestruturas. “O nosso foco é alterar processos, aumentando a produtividade da infraestrutura. Temos que criar uma nova base de custos, e aumentar o nível de serviço da estrutura existente”, explica Cruz.

O programa abriga atualmente 19 projetos, em três diferentes eixos: Exploração & Produção (dez projetos); Refino, Transporte e Comercialização (seis projetos), e Gás Natural (três projetos). No segmento de E&P, uma das preocupações é com o apoio de logística offshore, principalmente o transporte marítimo, que corresponde a cerca de 65% da matriz de custos da companhia nesse setor. Além do aumento da demanda por serviços de apoio, em consequência ao crescimento da produção, a descentralização das plataformas torna a operação mais complexa, pois a empresa tem que operar com diversas bases operacionais — ao contrário da Bacia de Campos, por exemplo, onde as plataformas são atendidas pela base operacional em Macaé.

No âmbito de E&P, a Petrobras estabeleceu quatro linhas de pesquisa: tecnologias de rastreamento-visibilidade, sistemas de suporte à decisão, infraestrutura logística e novas tecnologias para a logística offshore. Cada vertente abriga diversos projetos em desenvolvimento. No momento, um dos mais avançados é a criação de um software para arranjo de cargas em convés de PSV, dentro da linha de sistemas de suporte à decisão. O programa está sendo desenvolvido em parceria com a USP, já foi testado em operações no Espírito Santo e deve entrar em operação no início de 2015, de acordo com Cruz.

Ainda de acordo com o engenheiro, trata-se de um software único no mundo. “Procuramos o software no mundo e não tinha. Então acabamos desenvolvendo um com a universidade”, conta. “O sistema de arranjo de carga não é simples, é cheio de restrições, é necessário por exemplo ter um corredor de acesso, a carga tem que poder ser alcançada pelo guindaste, também é necessário ter uma área para acomodar carga perigosa. Fizemos extensiva pesquisa de campo, junto com comandantes, que têm a palavra final, e montamos um modelo em que estamos apostando”, complementa Cruz.

Outro projeto que pode trazer mais eficiência ao transporte marítimo de cargas é o uso de etiquetas RFID — tecnologia de identificação automática através de radiofrequência — nos contêineres. A Petrobras está avaliando a viabilidade de se usar esta tecnologia para dar baixa de envio e recebimento de cargas automaticamente no sistema. A pesquisa, que pertence à linha de tecnologias de rastreamento-visibilidade, está em fase de testes para saber, entre outras questões, se as etiquetas resistem às condições adversas do transporte marítimo, como o manuseio por guindaste.

Já na linha de infraestrutura logística, está sendo estudada a possibilidade de criação de um porto móvel, que possa deslocar-se junto à frente exploratória e oferecer infraestrutura onde ela não está disponível. “A frente exploratória está cada hora num canto do país. E muitas vezes essa região não tem infraestrutura disponível, então temos que adaptar um porto e isso não é simples”, explica Cruz. O projeto, no entanto, ainda está em fase inicial. No momento, estuda-se a viabilidade de um terminal flutuante. “Foram feitos estudos de segurança, de proteção à onda, e se está chegando a um conceito para trabalhar, mas ainda está bem no começo”, complementa o engenheiro.

Divulgado em 2009, o estudo para a construção de um hub de passageiros, que funcionaria como entreposto entre a costa e as plataformas, não se mostrou viável e foi cancelado. A ideia era que existisse uma base central até onde seria feito o transporte de passageiros por embarcações, e a partir daí haveria uma distribuição secundária por helicópteros. O projeto chegou a envolver ensaios e simulações de manobra, mas a Petrobras decidiu não levá-lo adiante.

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