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Pré-sal coloca país no radar dos investidores externos

Petróleo: Em 2020, Petrobras deve produzir 4 milhões de barris por dia
Até 2030, o consumo de energia no mundo deve aumentar 40%. Para atender à crescente demanda, impulsionada pela industrialização e urbanização dos países emergentes, a produção mundial de petróleo deverá passar dos atuais 85 milhões de barris diários para 120 milhões de barris diários. O petróleo continuará sendo a principal fonte de energia no planeta ao longo das próximas duas décadas, mas sua extração e produção terão de ser feitas em novas fronteiras, o que deverá encarecer seu preço.
Uma desses principais novas fronteiras, a camada de pré-sal do litoral brasileiro posicionará o Brasil em um lugar de destaque no mundo. Além de ter gigantescas reservas que possibilitarão segurança no suprimento de uma commodity que ficará mais cara nos próximos anos, por conta dos desafios tecnológicos de exploração dessas novas fronteiras, o país despertará cada vez mais o interesse de investidores e da indústria de petróleo mundial.
"Apesar das dificuldades existentes para extrair óleo das jazidas do pré-sal, os barris explorados aqui poderão ter grande competitividade em relação a novas fronteiras de exploração de outros países, como Canadá, Venezuela e Oriente Médio, porque esses campos serão caríssimos para serem explorados. Isso cria uma oportunidade fantástica, porque muitos países não terão essa segurança de suprimento de energia para as próximas décadas", afirma o diretor-presidente da Barra Energia Petróleo e Gás, Renato Bertani.
Para Bertani, a era do petróleo barato acabou. Para aumentar a produção atual visando a atender à demanda futura, o setor conviverá com o declínio natural de grandes campos e com a necessidade de extrair barris de jazidas mais caras. "Pode haver momentos de queda de preço, mas a tendência de todos os estudos é de que o petróleo será mais caro ao longo dos próximos anos. O que é outra vantagem que o Brasil terá", diz.
Considerado a maior descoberta de petróleo do hemisfério sul nos últimos 30 anos, o pré-sal no litoral brasileiro ainda não tem suas reservas estimadas, mas há grandes chances de que o país possa saltar da décima-quinta posição entre as maiores jazidas do mundo para um lugar no seleto ranking dos dez maiores. O que está colocando o Brasil no radar dos investidores internacionais.
A Barra Energia é um exemplo disso. A empresa independente foi formada recentemente para atuar em exploração e produção de petróleo no Brasil. A novata na área ainda não detém ativos, mas já possui um aporte de até US$ 500 milhões do First Reserve Corporation. "Estamos identificando algumas oportunidades no Brasil, mas não podemos revelar", diz Bertani.
Para Bertani, o país tem uma boa imagem entre os investidores internacionais do setor de petróleo e gás por conta do marco regulatório estável. "Isso dá segurança. Em relação às regras do pré-sal, é essencial que não haja grandes atrasos e que, quando aprovada, a regulação se mantenha estável."
Em 1998, um ano depois de a lei 9.478 ter sido sancionada e o monopólio da Petrobras nas jazidas de gás e óleo no Brasil ter sido quebrado, a estatal comemorou um marco em sua história: produziu pela primeira vez 1 milhão de barris por dia, cerca de 60% das necessidades do país de petróleo e derivados naquele ano. Naquele momento, em que novas empresas começavam a prospectar novos negócios no Brasil, o segmento de óleo e gás respondia por 5,5% do PIB. Doze anos depois, o setor responde por 12% da economia brasileira e tem no pré-sal um trunfo: além de assegurar a autossuficiência em petróleo, poderá tornar o país um dos maiores exportadores da commodity no mundo.
A extração do petróleo da camada de pré-sal poderá exigir a construção de mais de 40 embarcações de grandes porte e 200 barcos de apoio da Petrobras, Repsol, Galp, OGX, entre outras empresas que detêm investimentos na região. Hoje, com uma produção de 2 milhões de barris por dia, a estatal está preparada para um novo salto. Estima-se que em dez anos, a Petrobras produzirá o que levou em cinco décadas. Em 2020, a estatal deverá ter uma produção de 4 milhões de barris por dia, o dobro da atual.

Fonte: Valor Econômico/ Roberto Rockmann, para o Valor, do Rio

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