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Presidente da Equinor cobra abertura do mercado de gás no país

A norueguesa Equinor (antiga Statoil), segunda maior produtora de petróleo e gás natural do país, atrás apenas da Petrobras, aguarda uma nova regulamentação do mercado de gás para ampliar seus investimentos no Brasil. A presidente da companhia, Margareth Øvrum, afirma que a Equinor quer participar dos próximos leilões de petróleo no país, mas que, no caso do pré-sal, a definição do novo marco regulatório do gás é crucial.

Hoje, a Petrobras, apesar de estar em processo de venda de seus gasodutos para a iniciativa privada, mantém contratos que lhe garantem o direito de usar 100% da capacidade de transporte da rede, mesmo que esta esteja ociosa. Para especialistas, isso inviabiliza o uso desses gasodutos por empresas privadas.


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— Você precisa de preço para o gás. Quando você tem um monopólio, não consegue chegar ao preço certo. Então, precisamos abrir o mercado de gás. No pré-sal há muito gás. Há oportunidades — diz Margareth.

Ela ressaltou que o Brasil, ao lado da Noruega e dos Estados Unidos, é um dos três mercados prioritários para a Equinor no mundo.

‘Queremos acessar a rede’

O ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse que o governo trabalha em um novo projeto para estimular os investimentos no segmento de gás com o fim do monopólio de que a Petrobras desfruta hoje, na prática, no setor. Margareth vê com bons olhos essa iniciativa.

— Em Carcará, por exemplo, na primeira fase vamos reinjetar o gás no campo porque não há como monetizar isso. Na segunda fase (de desenvolvimento de Carcará), queremos acessar essa infraestrutura para vender o gás em terra. Mas é preciso saber que mercado vamos acessar. Estamos trabalhando em como monetizar esse gás — explica Margareth.

Além do Campo de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos — com reservas recuperáveis de 2 bilhões de barris de óleo equivalente (BOE), no qual tem uma fatia, ao lado de Petrogal e Barra Energia —, a Equinor está no Campo Pão de Açúcar, também no pré-sal da Bacia de Santos, com reservas de 1 bilhão de barris. Ao todo, a companhia tem 18 licenças em fase de exploração no país. Em parceria com a Petrobras, a Equinor tem dois campos em produção: Peregrino e Roncador, ambos na Bacia de Campos.

— Acreditamos que há um grande potencial no futuro, pois a demanda por energia está crescendo conforme o PIB avança. O gás, sob a perspectiva do clima, é muito positivo em comparação ao carvão. Há um mercado promissor para o gás. Mas há a questão regulatória, que é o acesso à infraestrutura — ressalta.

O objetivo do governo, ao abrir o mercado de gás, é reduzir o preço do insumo para aumentar a demanda e melhorar a competitividade da indústria nacional.

De olho nos leilões

A executiva afirmou que a Equinor pretende entrar nos leilões deste ano. Estão agendadas a 6ª Rodada do Pré-Sal, sob o regime de partilha, e a 16ª Rodada de Licitações, no modelo de concessão. Há ainda a expectativa de que ocorra o leilão do excedente da cessão onerosa.

— A 6ª e a 16ª rodadas são importantes para nós. Estamos olhando as oportunidades para ver onde investir.

A Equinor pretende investir US$ 15 bilhões no Brasil até 2030, tanto em petróleo como em fontes renováveis. Margareth cita o acordo com a Petrobras para desenvolver projetos eólicos em alto-mar, acoplados a plataformas de petróleo, e o investimento em energia solar, com a inauguração recente de um parque no Ceará:

— Não há muitas oportunidade para hidrelétricas. Então, o gás e as fontes renováveis serão muito importantes para o país. Por isso, estamos olhando as energias renováveis e o gás. Estamos perseguindo outras oportunidades em energia solar no Brasil.

Fonte: O Globo






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