O processo de cessão onerosa de até 5 bilhões de barris da União para a Petrobras, aprovado pelo Congresso, não deverá trazer impacto significativo para a produção da Petrobras antes de 2014. Em teleconferência com analistas, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, frisou ontem que o processo para iniciar a produção em um campo com estes volumes leva em torno de cinco anos.
O executivo lembrou que a produção no campo de Tupi, descoberto há cinco anos, levou quatro anos e meio para começar e o poço ainda está em fase de teste de longa duração (TLD), longe da produção máxima esperada. "No período 2010-2014 nós não temos fisicamente condições de colocar em produção significativa nenhuma área da cessão onerosa. Qualquer que seja a área, levará quatro ou cinco anos para entrar em produção (sem contar) com a rampa de crescimento. Qualquer que seja a intensidade, a contribuição da cessão onerosa será relativamente pequena", frisou Gabrielli.
Questionado sobre o processo de capitalização, o presidente da estatal não deu pistas sobre o volume de recursos que estará disponível para entrar no caixa da empresa após a operação. Também não forneceu estimativas nem sobre os futuros níveis de alavancagem da companhia. "A alavancagem depende da estimativa que temos da captação que queremos fazer via capitalização, que determinará o caixa que teremos. Como não temos ainda esse valor determinado, é difícil fazer conta nesse momento."
Sobre a área de refino, Gabrielli destacou que, pelo Plano de Negócios 2010-2014, a construção prevista de cinco novas refinarias elevará a capacidade da empresa para 2,26 milhões de barris diários de derivados em 2014 e para 3,20 milhões de barris diários em 2020, o que ainda não será suficiente para garantir o processamento de toda a produção de petróleo da companhia, que deverá atingir 3,950 milhões de barris em 2020.
Fonte: Valor Econômico/ Rafael Rosas, do Rio
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