RIO – O programa Progredir, voltado para a cadeia de fornecedores da Petrobras, já alcançou 115 financiamentos, no total de R$ 604 milhões em empréstimos. Os dados foram apresentados hoje pela estatal, durante o seminário “O Pré-Sal: Mobilização da Cadeia de Fornecedores”, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.
O diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Almir Barbassa, ressaltou o potencial de alcance da iniciativa, que envolve os seis principais bancos de varejo do país – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco e Santander – e engloba o repasse de 50% dos financiamentos para os fornecedores dos fornecedores. Os contratos com a Petrobras são apresentados como garantia pelas empresas que buscam o financiamento, o que permite aos bancos reduzir taxas de juros.
“Uma grande novidade é que este programa financia não só quem tem contrato direto com a Petrobras, como também o fornecedor do fornecedor até o quarto elo da cadeia”, explicou.
O Progredir resulta em um custo menor de financiamento de até 40% para os fornecedores e subfornecedores. “Disponibilizamos as melhores informações aos bancos para que eles façam a análise de crédito dos empresários”, disse Barbassa, acrescentando que tem sido de apenas cinco dias o prazo para a conclusão do financiamento. “Essa rapidez é fundamental, pois quem tem contrato precisa de dinheiro para investir”, concluiu.
O diretor também destacou os investimentos da Petrobras previstos até 2015. “Vamos investir US$ 45 bilhões por ano. Isso significa US$ 200 milhões por dia útil. Até pouco tempo atrás, esse montante era muito alto, inclusive para a Petrobras”, comparou, ressaltando que o maior desafio da empresa hoje é o desenvolvimento da cadeia brasileira de fornecedores para atender a demanda prevista do setor.
“O investimento no pré-sal cresceu muito neste Plano de Negócios (2011-2015). No plano passado (2010-2014), eram previstos US$ 33 bilhões. Neste, são previstos US$ 53,4 bilhões só para o pré-sal”, disse.
Barbassa lembrou que hoje a empresa já produz 130 mil barris por dia no pré-sal, o que corresponde à produção total de uma empresa média de petróleo. O coordenador do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), José Renato de Almeida, destacou que o programa vai realizar em breve um novo ciclo de qualificação de pessoal.
“Estamos agora focando no viés de fabricação. Precisamos fazer o mapeamento dessa demanda, que será consolidada através do Fórum Regional, e identificar as necessidades de profissionais para os próximos anos. Se houver compromisso dos empresários em empregar essas pessoas, podemos oferecer cursos de alta especialização”, disse.
Barbassa ressaltou a demanda da estatal para os próximos anos e lembrou que, até 2020, a companhia vai precisar de 568 barcos de apoio e de empresas de engenharia que façam os projetos dessas embarcações. Atualmente, estão em construção 14 plataformas em estaleiros de Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
(Fonte: Valor Econômico)
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