Em um governo com grande número de militares no primeiro escalão, os principais projetos estratégicos do Ministério da Defesa para a modernização e o reaparelhamento das Forças Armadas sofreram pesado bloqueio orçamentário. Estão sendo afetados programas como a compra de caças Gripen, da Suécia, pela Aeronáutica, a construção de submarinos pela Marinha e até o sistema de vigilância e proteção das fronteiras montado pelo Exército.
Um dos maiores cortes é o do programa FX-2, de aquisição de 36 caças de múltiplo emprego, que teve R$ 447 milhões bloqueados de um total de R$ 1,346 bilhão autorizado no Orçamento deste ano.
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Outro projeto duramente atingido é o HXBr, que reforça as Forças Armadas com 50 helicópteros e deveria ter sido concluído em 2018. Sem recursos suficientes, o projeto já foi adiado e mais de uma dezena de equipamentos será entregue somente no fim do governo Jair Bolsonaro. A francesa Eurocopter, que fornece os helicópteros, já pediu reequilíbrio econômico do contrato por conta do atraso.
Com o decreto de contingenciamento, a União deixará de aportar também R$ 2,5 bilhões na Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) neste ano. A capitalização, prevista na lei orçamentária, serviria como um arranjo contábil para permitir que a estatal comprasse quatro novas corvetas para equipar a Marinha.
Fonte: Valor