Do Rio - O projeto de design é um dos pontos polêmicos da licitação de sondas da Petrobras. A estatal indicou uma lista de empresas de design internacionais que poderiam ser contratadas pelos participantes convidados a construir as sondas no Brasil. Três empresas - a norueguesa LMG Marin, a MSC Gusto, ligada à SBM, de Mônaco, e a coreana Samsung foram escolhidas entre os concorrentes para fornecer os projetos de design para as sondas.
Cinco empresas ou consórcios que disputam a licitação para construir até 28 sondas selecionaram o projeto da MSC Gusto. São eles o consórcio formado por Alusa e Galvão, a Construtora Andrade Gutierrez, o Estaleiro Eisa Alagoas, a STX Brasil Offshore e a Keppel Fels. A Engevix Engenharia também selecionou o projeto da Gusto para outra concorrência aberta pela estatal, para construção de mais duas sondas.
O Valor apurou que a Keppel Fels Brasil analisou o projeto da Gusto e constatou que havia o risco de que a plataforma enfrentasse problemas de estabilidade em condições de tempestade extrema. Optou, assim, por modificar o projeto e ampliar a boca do navio de 32 metros para 35 metros. Procurada, a Keppel Fels disse que continua com o projeto e negou que o tenha modificado. As demais empresas mantiveram o projeto original.
O suposto problema de estabilidade do projeto da Gusto levou a Petrobras a pedir esclarecimentos à empresa. Julio Faerman, representante da SBM no Brasil, disse que a Gusto respondeu as perguntas feitas pela Petrobras, com a inclusão de uma carta da classificadora internacional ABS na qual a consultora diz que o projeto atende os requisitos da Petrobras.
A discussão sobre estabilidade relaciona-se com a capacidade da plataforma de suportar condições severas de tempestade sem remover da parte superior da unidade uma série de equipamentos e cargas. Segundo apurou o Valor, a ABS indicou algumas cargas que poderiam ser removidas em caso de tempestade, como tubos.
Para executivos da área offshore que contam com projeto da Gusto, houve confirmação do projetista e da classificadora sobre a viabilidade do projeto, mas o tema parece longe de ter sido pacificado. Na sexta-feira, quando vence o prazo para apresentação de recursos na etapa de análise das propostas técnicas da licitação, devem surgir questionamentos de outros concorrentes sobre a questão da estabilidade no projeto da Gusto. (FG)
Fonte: Valor Econômico/
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