Promar Ceará foi para PE. Montadora de veículos da Chery, para SP. Mas, CE não desistiu desses projetos
O Ceará perdeu, neste ano, dois grandes empreendimentos que prometiam diversificar a indústria cearense e elevá-la a um outro patamar, mais moderno e com maior tecnologia.
O estaleiro Promar Ceará protagonizou uma das maiores polêmicas deste ano (aliás, as controvérsias tiveram início ainda em 2009), que terminou com a ida da indústria ao vizinho Pernambuco. Outro projeto, esse com menor repercussão - até porque ainda não havia passado da fase de prospecção -, foi perdido para São Paulo, que é o caso da montadora de veículos da chinesa Chery.
O Ceará, entretanto, não desistiu de ter em seu solo projetos do tipo, e está a cargo da gestão estadual centrar esforços a partir do ano que vem na atração destes investimentos.
Após a ida do estaleiro ao complexo naval, que está se instalado em terras pernambucanas, o presidente Lula garantiu que uma nova indústria de navios seria implantada no Ceará, já que este é um dos segmentos industriais mais promissores da economia brasileira para os próximos anos, por razão do advento do pré-sal.
A Transpetro, subsidiária da Petrobras para a área de transporte, assumiu, portanto, o compromisso de identificar em solo cearense as possibilidades de locação para um novo estaleiro, e deverá mostrar os resultados deste estudo até fim deste ano.
O litoral de Fortaleza, pretendido pelo Promar Ceará, foi apresentado como inviável para este tipo de empreendimento. Assim sendo, o estudo in loco da Transpetro analisará todo o litoral cearense, com exceção das praias da Capital. Daí, com o estudo técnico em mãos, o governador precisará se esforçar na prospecção de um novo investidor para este projeto.
Uma montadora é outro empreendimento que há algum tempo vem sendo buscado pelos governos estaduais.
Comitivas governamentais já visitaram países asiáticos em busca destes investimentos, e as negociações são sempre tratadas de maneira silenciosa pelo Estado, por se tratar de projetos que também vem sendo buscados por outros estados e mesmo países da América Latina.
Desde 2008, a Chery havia tornado público o interesse em instalar uma fábrica no país. À época, o Ceará foi o único estado nordestino a ser citado nominalmente como opção real por Luis Curi, presidente da Chery no Brasil. Com a perda da montadora para o Sudeste, o Estado terá, agora, que focar em outros empreendedores, e se mostrar mais atrativo que os outros estados também ávidos por este investimento.
ZPE
Tratando-se de atração de investimentos, é pela Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Pecém que o governo deverá concentrar os maiores esforços. Projeto antigo, antes planejado para o distrito industrial de Maracanaú, a ZPE reunirá indústrias com foco no comércio internacional, exportando pelo menos 80% da produção. A criação da zona foi aprovada em março deste ano por um conselho do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). A ZPE do Pecém terá sua empresa administradora, a Emazp, sancionada e constituída na Junta Comercial em dezembro deste ano e, a partir de 2011, deverá intensificar o trabalho de prospecção de indústrias. Até agora, somente a Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP) está garantida para a área. A tendência é de que a zona agregue empresas que sigam a pauta dos produtos das exportações do Estado, com forte foco para a fruticultura, o setor mineral e de rochas, têxtil, calçadista e metal-mecânico, por exemplo. A ZPE terá, em sua fase final, uma área total de 4.274 hectares dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). (SS)
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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