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Projetos para navegação interior

Easa vê horizonte de, pelo menos, cinco anos para construção de balsas e empurradores >> Com mais de 40 embarcações em carteira, o Easa (Estaleiros Amazônia) projeta um horizonte firme de trabalho de, pelo menos, cinco anos. O estaleiro está empenhado na construção de embarcações para navegação interior, como empurradores e balsas para transporte de soja e grãos nas hidrovias dos rios Tapajós e Madeira.


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“Nossa carteira nos próximos dois anos está focada para esse tipo de obras: balsas de convés, balsas graneleiras e empurradores até quatro mil HP”, conta o diretor superintendente do estaleiro, Thiago Lemgruber.

Ele diz que a viabilidade da hidrovia do Tocantins, no Pará, dará continuidade à demanda firme para construção desse tipo de embarcações por ainda mais tempo. Entretanto, a via depende do derrocamento da área da hidrovia conhecida como Pedral do Lourenço. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) publicou, em setembro, o edital de licitação para elaboração dos projetos básico e executivo das obras para implantação do canal de navegação da região. A abertura das propostas está prevista para o próximo dia 4 de novembro.

Localizado em Belém (PA), o Easa não deve ser impactado com a prevista instalação do polo naval de Manaus (AM). Lemgruber enxerga nesse projeto a consolidação dos estaleiros que já existem numa área específica de Manaus, fazendo o ordenamento urbano e mobilização industrial. Segundo ele, o processo difere de polos como de Pernambuco e Rio Grande do Sul, criados com base em demandas da Petrobras. No entanto, caso o novo polo saia do papel, novos fornecedores podem ser atraídos para a região Norte.

— Se houver fornecedores que se mudem para Manaus pela proximidade geográfica um pouco maior, apesar de Belém e Manaus estarem bem longe, pode ajudar. Quando os fornecedores vêm para perto dos estaleiros, reduz bastante os custos logísticos — ressalta. O Easa vem tentando verticalizar mais a cadeia logística, controlando melhor a distribuição, consolidando cargas e utilizando mais a cabotagem como alternativa, principalmente no transporte de cargas nacionais.

O problema, segundo Lemgruber, têm sido os custos portuários. Ele diz que os custos dos portos de Belém e de Vila do Conde são muito altos comparados a outros portos do Brasil. Isso aumenta muito o custo logístico e o custo de compra para o estaleiro. Lemgruber alega que o custo de movimentação de contêiner nesses dois portos chega a ser três vezes maior que no porto de Santos.

Ele explica que as empresas de cabotagem comparam o custo delas com custos rodoviários, sem tentar reduzi-los. “Ao invés de a empresa de cabotagem ver quanto é o custo dela e formar seu preço, ela vê quanto seria para transportar aquela carga via rodoviária e, com isso, fecha o preço de transporte. Assim a indústria acaba priorizando o modal rodoviário”, afirma.

Além disso, ele diz que esses custos não são revertidos na modernização das instalações. “Enquanto vemos outros portos fazendo investimentos grandes em equipamentos para melhorar eficiência, a aduana investindo em Porto sem Papel e o porto funcionando 24 horas, os portos no Pará ainda estão muito atrasados. Não vemos, por exemplo, novos equipamentos de movimentação de contêiner”, aponta Lemgruber. Ele acredita que o porto de Belém poderia ser um ponto para distribuição de contêineres para região norte, se não estivesse com equipamentos antigos.

Em Belém e Manaus o custo para usar cabotagem é muito alto. Como a distância entre as duas capitais por rodovia é de três mil quilômetros, o ideal é que as cargas cheguem de navio ao Pará. Ainda que existam linhas de contêiner atendendo as duas cidades, a maior parte das cargas nacionais continua vindo pelo modal rodoviário por causa dos custos. Lemgruber estima que mais de 90% das cargas que o Easa compra chega ao Pará por caminhões. “Às vezes é mais caro trazer um equipamento de São Paulo para cá (Belém) do que trazer um equipamento de Miami”, compara.

O Easa possui 65 mil metros quadrados de área, sendo 10 mil metros quadrados cobertos e capacidade de processamento de aço mensal de mil toneladas. O estaleiro adquiriu um guindaste de 110 toneladas que começou a operar em setembro. O equipamento permite movimentação de blocos de até 60 toneladas, aumentando a produtividade da movimentação de blocos.

O estaleiro está funcionando em dois turnos. “Temos previsão de expansão de capacidade produtiva por meio de investimentos em máquinas, equipamentos e na qualificação de pessoal”, afirma. Para isso, o Easa investiu em mão de obra, promovendo cursos junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Belém. As turmas, com 20 a 30 alunos, formam desde montadores e lixadores até soldadores. Os alunos são da comunidade e de outros estaleiros da região, que também apoiam a capacitação.






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