Projeto de embarcação rápida para transporte de pessoal e cargas receberá financiamento da Finep nos próximos meses
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A parceria entre a Sólido Engenharia e a Universidade de São Paulo será uma das beneficiadas a receberem o financiamento junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o desenvolvimento de projetos visando a solução de desafios tecnológicos no cenário do pré-sal. A empresa e a instituição pretendem construir uma embarcação rápida
para transporte de pessoal e cargas para unidades do pré-sal. Esta foi uma das 58 propostas selecionadas pela Chamada Pública MCT/Finep/AT - Cooperação ICTs - Empresas - Pré-sal 3/2010 da Finep.
De acordo com o sócio e diretor técnico da Sólido Engenharia, Gerson Machado, a proposta é desenvolver uma embarcação, que provavelmente será de alumínio, com uma dimensão da ordem de 80 a 100 metros e com capacidade de transportar passageiros e carga numa velocidade de até 45 nós. A ideia inicial é de que a embarcação leve entre 50 e 100 pessoas e tenha um convés corrido destinado ao transporte de cargas, cuja capacidade ainda não foi definida. “Não vai ser muito, porque senão se perde muita velocidade, seria uma carga mais urgente”, explica Machado. A USP também pretende conversar com a Petrobras e a Transpetro para poder ter dados mais realistas para atender ao mercado.
Aliada à velocidade significativa está a escolha do tipo da embarcação. A USP, junto a Sólido Engenharia, ainda avaliará os tipos de cascos usados no projeto, mas trabalham com a hipótese de que seja um catamarã, trimarã ou pentamarã em função da menor resistência ao avanço e consequentemente uma velocidade maior. O barco também deverá estar adaptado às condições de mar da Bacia de Santos, onde deve operar.
Outra preocupação é que a embarcação tenha um bom comportamento em ondas, já que se realizará o transbordo da tripulação. “O desafio nosso é desenvolver um casco que tenha essa alta velocidade e, ao mesmo tempo, tenha comportamento em ondas razoavelmente pequeno a ponto de poder fazer o transbordo com tranquilidade. Vamos ter ensaios numéricos usando computadores e em tanque de provas para verificar a performance do casco tanto com velocidade como parado também”, explica o chefe do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica da USP e coordenador do Tanque de Provas Numérico da universidade, Kazuo Nishimoto.
O valor total do projeto está estimado em R$ 1,53 milhão Deste montante, 5% virá da Sólido Engenharia e os outros 95% serão provenientes dos recursos da Finep. A previsão é que a primeira parcela do valor seja liberado até o primeiro trimestre do ano. Além do aporte financeiro, a Sólido Engenharia acompanhará o projeto, enquanto que a USP será a executora. Segundo Machado, a empresa tem experiência em embarcações rápidas. “Já fizemos embarcações de recreio menores, de 25 metros, mas já andava a 30 nós. Então, vamos dar um apoio para a USP, mas o desenvolvimento será basicamente da universidade”, diz.
Ainda não está dimensionado o número de pessoas que estarão envolvidas no projeto, mas de acordo com Nishimoto, a universidade contará com alunos de graduação e pós-graduação em engenharia naval, mecânica e mecatrônica. “A ideia é que o projeto se torne um estudo de caso para os alunos e resulte em inovação tecnológica, patentes e, mais do que isso, formação de recursos humanos”, declara.
Com duração de dois anos, o projeto deve estar concluído em 2014. Nishimoto afirma que o país tem condições de construir o casco, mas alguns itens serão importados, como os equipamentos de propulsão. O professor destaca também que o projeto poderá ser levado para outros países.
