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Proposta para sondas é adiada pela quarta vez

Decisão da Petrobrás foi tomada a pedido dos participantes, que têm dificuldades para compor consórcios para a disputa no pré-sal
A Petrobrás adiou pela quarta vez a entrega das propostas comerciais da licitação para a construção de 28 sondas de perfuração para o pré-sal. O adiamento desta vez é de pouco tempo, para o dia 27 de junho, mas uma nova prorrogação não está descartada. A decisão foi tomada a pedido dos próprios participantes, que estariam enfrentando dificuldades para compor os consórcios para a disputa, que envolve cerca de US$ 25 bilhões.
Além desse adiamento, a licitação poderá sofrer contestação administrativa e até mesmo judicial, afirmaram fontes ligadas aos estaleiros concorrentes no processo. Eles tem até amanhã para apresentar contestação à decisão da estatal de manter na disputa pelo menos três participantes, que pretendem utilizar um projeto de design desenvolvido pela empresa Gusto, ligada à SBM, com sede em Mônaco.
Segundo documentos que o Estado teve acesso, e que serão usados na contestação, o projeto da Gusto não está alinhado às normas de segurança para plataformas e sondas, pondo em risco a embarcação e a vida dos trabalhadores.
Tempestade. O projeto prevê que em caso de tempestades, não somente a tripulação como partes da embarcação sejam removidas. Em alguns casos, argumentam técnicos do setor, é inviável remover os equipamentos citados durante uma tempestade, por conta de seu peso, que exigiria guindastes especiais para a remoção.
Dos nove concorrentes, utilizam o projeto da Gusto o consórcio formado por Alusa e Galvão Engenharia; a construtora Andrade Gutierrez; e o estaleiro Eisa-Alagoas. O Keppel Fels utilizou o projeto como base, mas fez as alterações necessárias para minimizar os problemas apresentados.
O projeto da Gusto foi apresentado pela Petrobrás como uma das alternativas de design possíveis para as sondas. Outros dois projetos também poderiam ser utilizados alternativamente: da norueguesa LMG Marin e da coreana Samsung.
Lotes divididos. A licitação da Petrobrás está dividida em lotes de sete sondas, sendo que cada vencedor poderá levar apenas um lote. Se os preços apresentados pelos concorrentes estiverem dentro do orçamento da estatal, os quatro lotes poderão ser contratados apenas nesta licitação. Caso fujam do previsto pela companhia, seriam contratados apenas dois lotes. A previsão é de que a encomenda das 28 sondas some um total de US$ 25 bilhões.
Dos nove grupos que disputam esta licitação, dois (Engevix e STX) foram desqualificados pela Petrobrás em nota técnica enviada aos concorrentes na segunda-feira. Um deles, o Eisa Alagoas, foi mantido nesta disputa, mas desqualificado em outra para a construção de duas sondas submersíveis, o que também deverá ser levado à diretoria da estatal na contestação. "Como ele pode ter sido desqualificado em uma licitação e aprovado na outra", disse o executivo de um estaleiro que está na disputa.
Sem querer se manifestar sobre o processo licitatório, a Petrobrás confirmou a qualificação, além do Eisa-Alagoas, Alusa-Galvão, Andrade Gutierrez e Keppel Fels, o estaleiro Jurong, que construiria as unidades no Espírito Santo, o EAS, de Pernambuco, e o consórcio formado pelas construtoras Odebrecht e OAS, com a UTC. As empresas que utilizam o projeto preferiram não se manifestar sobre o tema.
PARA LEMBRAR
Lançada em maio de 2008 para a contratação de um total de 40 sondas destinadas ao pré-sal, a licitação da Petrobrás prevê elevar o nível de encomendas à indústria local. Nunca construídas no País, as sondas têm capacidade para perfurar em até 3 mil metros de profundidade e têm seu valor variando entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão. A Petrobrás permitiu que apenas as 12 primeiras fossem construídas no exterior, para acelerar as perfurações no pré-sal. As demais terão de ser construídas no Brasil e deverão viabilizar a construção de novos estaleiros.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Kelly Lima / RIO






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