Investir em inovação passou a ser visto como tábua de salvação por um número crescente de industriais. "Para sobreviver, torna-se necessário diferenciar produtos, seja em termos de qualidade ou criando produtos novos capazes de reduzir os custos de produção", afirma o diretor do departamento de competitividade e tecnologia da Fiesp, Ricardo Roriz Coelho.
Ele espera que a nova política industrial do governo Dilma Rousseff, que deve ser lançada em breve, seja mais agressiva que a Política de Desenvolvimento Produtivo da administração Lula. "Para enfrentar a concorrência internacional, temos de dar um tiro de canhão", diz Roriz. "De nada vai adiantar um tiro de chumbinho com ações requentadas e de difícil operacionalização ".
Até 2004, quando exportava 30% de tudo que produzia no Brasil, a Bitzer Compressores, empresa de capital alemão, investia de 8% a 12% do seu faturamento no País. Hoje, esse número caiu para algo como 2,5%.
A Bitzer é uma espécie de mico-leão-dourado no Hemisfério Sul: é o único fabricante de compressores para refrigeração comercial e industrial existente na região. Além disso, ainda tem a vantagem de poder apertar um botão para passar a ter o último compressor projetado na Alemanha.
Mesmo assim, a Bitzer está "remando para sobreviver", nas palavras do seu presidente, Fernando Bueno. Sob os efeitos da sobrevalorização do real ante o dólar e do chamado Custo Brasil, as exportações da empresa reduziram-se a apenas 6,5% do faturamento. "Estou fazendo quase a custo de material e ainda está decrescente", diz Bueno. "Seguramos o Mercosul, mas o resto realmente se perdeu", acrescenta.
(Fonte: O POVO Online/das agências)
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