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Rio: a capital do petróleo

Sessenta anos após a grande campanha ‘O Petróleo É Nosso’, a ideia é reforçar importância do Rio no cenário mundial: o pré-sal e o Comperj também são nossos

Rio - Há 60 anos, o Brasil ousou contrariar um estudo norte-americano que tirava esperanças de haver petróleo em terras e águas nacionais. Hoje, não há dúvida de que estávamos certos e de que o ouro negro brasileiro é fluminense: o Rio detém 80% da produção nacional de petróleo, alçou a Petrobras à condição de referência mundial em tecnologia de produção em águas profundas e é base da desafiante tarefa de produzir abaixo da camada de sal, a 7 mil metros de profundidade e a 300 quilômetros da costa. O “pré-sal”, gigantesca acumulação de óleo com 800 Km de extensão do Espírito Santo a Santa Catarina, tem o Rio no centro do mapa de interesse mundial.

Atualmente, os campos maduros contêm 14 bilhões de barris. Só as áreas licitadas do pré-sal concentram outros 16 bilhões. Petroleiras que atuam no Brasil têm compromisso com a Agência Nacional de Petróleo (ANP) de perfurar 161 poços ao longo do ano, sendo que a Petrobras prevê a perfuração de 162 poços, informa o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP). “Os cinco maiores campos do Brasil estão no litoral do Rio: Roncador, Marlim Sul, Marlim, Marlim Leste e Barracuda. Juntos, foram responsáveis por 49% da produção nacional. É uma das explicações para o estado ser a capital do petróleo”, explica Márcio Serrão, diretor do Departamento de Recursos Minerais do Rio.

Em Itaboraí será instalado o Complexo Petroquímico do Estado do Rio (Comperj), que entrará em operação a partir de 2013, com conclusão em 2016 ou 2017. O projeto vai atrair R$ 20 bilhões em investimentos. O empreendimento é parceria da Petrobras com a Braskem, do grupo Odebrecht, e terá duas unidades de refino para produzir 165 mil barris diários de diesel, gasolina, querosene de aviação e gás liquefeito de petróleo, além de uma central petroquímica.

Os dois grandes projetos se encontram em iniciativa inovadora: a Petrobras vai usar o gás natural do pré-sal — e não somente o petróleo pesado ou nafta como se previa inicialmente — como matéria-prima para fabricar petroquímicos no Comperj. A ideia reduz em até 30% o custo do projeto e as emissões de gás carbônico. “Como o pré-sal está se tornando realidade, vamos usar o gás para a fabricação do eteno”, disse o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa. O gás virá dos poços Lula (ex-Tupi), Guará ou Iracema transportado por 250 Km de dutos submarinos ou em navios, liquefeito em alto-mar e regaseificado em terminais próximos ao Comperj.

Por dentro do setor petrolífero

- O “pré-sal” é uma grande bacia petrolífera, mas ainda não se sabe exatamente se é um conjunto de enormes campos independentes, mas próximos, ou um único campo gigantesco. Segundo o professor da Universidade Católica de Brasília Marcos Brandão, avalia-se que haja entre 70 e 100 bilhões de barris (um barril tem 158,9 litros) na grande área.

- Reservas brasileiras atuais somam 14 bilhões de barris. Geólogos mais otimistas falam em até 200 bilhões ou 300 bilhões no pré-sal, se o campo for único ou maior que a área já mapeada.

- A Federação das Indústrias do Rio (Firjan) aponta que os investimentos no setor petrolífero vão atingir R$ 181 bilhões no período 2011- 2013.

- Um dos maiores projetos da Petrobras, o Comperj de Itaboraí aumenta a competitividade da indústria petroquímica nacional e tem impacto em 11 municípios, com ganho econômico e empregabilidade.

Fonte:  O Dia Online/LUCIENE BRAGA






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