Apesar do momento conturbado no mercado de crédito, o grupo Schahin conseguiu equacionar o financiamento da construção de um navio-sonda de perfuração que deverá ser usado pela Petrobras na exploração de petróleo no pré-sal.
Após um período de quatro meses desde a estruturação até a aprovação do crédito, a empresa conseguiu um empréstimo sindicalizado de US$ 700 milhões, ou 80% dos US$ 870 milhões investidos na plataforma, construída na Coreia do Sul pelo braço de indústria pesada da Samsung.
Fernando Schahin, diretor financeiro do grupo paulista, destaca o sucesso da captação apesar do ambiente desafiador no mercado financeiro, marcado pela tensão dos agentes com os desdobramentos da crise da dívida na Europa e seu risco de contágio em economias emergentes como o Brasil.
Entre os bancos que participaram da operação de empréstimo estão europeus como o britânico Standard Chartered Bank e o alemão WestLB, além do braço financeiro da alemã Siemens. Também participaram da operação os japoneses Mizuho e Mitsubishi, junto com as agências de fomento às exportações Korea Eximbank e o canadense Export Development Canada (EDC). O empréstimo foi aprovado há dois meses.
Navio será usado pela Petrobras no pré-sal e foi construído pela Samsung, na Coreia do Sul, por US$ 870 milhões.
O navio já está em navegação e deve chegar ao Brasil até o fim de janeiro. Terá capacidade máxima de perfuração de 11,4 mil metros em lâmina d'água máxima de 3 mil metros. O equipamento será afretado para a Petrobras por um prazo não divulgado pela Schahin.
Com uma atuação diversificada nos setores de engenharia, desenvolvimento imobiliário, telecomunicações e energia, o crescimento do grupo Schahin no segmento de petróleo e gás está colado aos novos projetos da Petrobras no pré-sal.
A expectativa do grupo é alcançar uma receita de US$ 850 milhões a US$ 900 milhões quando estiver em plena operação toda sua frota de equipamentos de exploração, que ainda inclui quatro navios-sonda, duas plataformas semisubmersíveis e uma plataforma auto-elevável, conhecida como jack-up.
Segundo Fernando Schahin, a geração de receita também depende do rendimento das plataformas, o que dificulta as previsões. Mas o executivo mostra-se pouco preocupado em relação a isso. "Temos um histórico favorável de performance de nossos equipamentos", afirma.
O grupo ingressou no setor de petróleo em 1982. A última investida são as plataformas flutuantes de produção e armazenamento de óleo, conhecidas pela sigla FPSO. Nesse campo, a empresa forma com a japonesa Modec uma joint venture que obteve o contrato de desenvolvimento, afretamento e operação de uma plataforma - de US$ 1,2 bilhão - que será usada pela estatal em Guará, na região do pré-sal da bacia de Santos. Essa operação deve começar apenas em 2013, diz o diretor financeiro.
A parceria também firmou uma carta de intenções com a Petrobras envolvendo o fornecimento de outra plataforma para a exploração de Cernambi, também situada na bacia de Santos.
Fonte: Valor Econômico / Eduardo Laguna
PUBLICIDADE