Os projetos de exploração, produção e refino da Petrobras fizeram de 2009, o ano da crise, uma bênção para a subsidiária brasileira da empresa alemã Schulz, especializada em tubos bimetais (combinação de aços para resistência mecânica e à corrosão), conexões e peças especiais. "O dado mais eloquente é que o faturamento da nossa distribuidora mais do que dobrou, passando de R$ 65 milhões para R$ 140 milhões", disse Marcelo Bueno, presidente da Schulz Brasil.
A distribuidora foi a primeira unidade da Schulz no Brasil, criada em 2001. Segundo Bueno, desde que foi fundada, inicialmente para distribuir produtos importados, especialmente das fábricas da própria Schulz na Alemanha, a distribuidora vinha crescendo em proporções que iam de 12% a 18%. Com a aceleração das obras da Petrobras, veio o salto do ano passado, que representou uma mudança de nível de vendas. "
Desde 2007, a Schulz inaugurou três fábricas no Brasil, todas em Campos dos Goytacazes (norte do Estado do Rio), uma delas de tubos de aço com costura, em outubro de 2008, no olho do furacão da crise. No começo deste ano foi inaugurada a fábrica de peças e componentes especiais. Hoje, a distribuidora do grupo vende 50% de produtos fabricados no Brasil e 50% de importados, dos quais 70% são da Schulz e 30% de outros fabricantes europeus.
A área de distribuição cresceu tanto no ano da crise que a estrutura, em São Gonçalo (região metropolitana do Rio), ficou pequena. A empresa está construindo um novo centro de distribuição, no bairro industrial de São Cristóvão (zona norte do Rio) em área de 15 mil metros quadrados. Além do galpão da distribuidora, já existente, a empresa está construindo no local um prédio administrativo.
Além disso, a empresa está também construindo um centro de distribuição no complexo industrial-portuário de Suape, em Pernambuco, para ficar mais próximo dos grandes projetos do Nordeste, especialmente as três refinarias da Petrobras, a Abreu e Lima (PE), já em construção, e as unidades "premium" do Ceará e do Maranhão, ambas em fase de projeto.
Bueno disse que, de setembro de 2008 - quando a quebra do banco Lehman Brothers deflagrou a crise - até agora, a Schulz contratou no Brasil 125 empregados, aumentando sua força de trabalho de 295 para 420 pessoas, sendo 350 nas fábricas de Campos.
Fonte: Valor Econômico/ Chico Santos, do Rio
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