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Shell alerta fornecedor

O presidente da Shell no Brasil, André Araújo, manifestou ontem preocupação com relação à capacidade da indústria petrolífera brasileira de atender os níveis de conteúdo local exigidos pelo governo brasileiro no futuro. Sem mencionar as regras de nacionalização da 11ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios, em maio, o executivo disse que governo, investidores e fornecedores precisam entender o cenário do setor dentro de cinco anos, com o aumento da demanda.

"Nós temos nosso plano e os objetivos para atender esses percentuais. Temos trabalhado com cada um dos nossos principais fornecedores e temos sinais muito positivos. Mas não posso negar que a demanda por equipamentos e serviços é muito grande e existe sempre uma preocupação de como vai estar a capacidade da indústria para entregar produtos a preços competitivos daqui a cinco anos", afirmou Araujo, em evento no Rio de Janeiro.

Araújo explicou que a empresa analisa o problema no âmbito do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que tem estudado o tema e eventualmente pode fazer alguma recomendação ao governo. A entidade e a Petrobras enviaram à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sugestões de flexibilização das regras de conteúdo local para a 11ª Rodada. A autarquia, porém, decidiu manter o índice de exigência, o mesmo do leilão anterior, alegando que o assunto é uma política de governo.

Segundo Araújo, a Shell teve acesso esta semana aos dados técnicos das áreas que serão leiloadas em maio. A companhia vai avaliar o material para decidir, em até 60 dias, se participará da concorrência. O executivo disse ainda que a empresa analisa "com bastante interesse" a participação no leilão de áreas terrestres voltadas para exploração de gás natural, no fim do ano.

Sobre os rumores de que a Petrobras pode vender sua fatia de 35% no bloco BC-10, na Bacia de Campos, o executivo disse não ter nenhuma informação a respeito. A Shell é a operadora da área, com 50% de participação e também tem como sócia a indiana ONGC, com outros 15%.

"Não vou falar do que eu não sei. A gente sempre olha oportunidades. Já fizemos parcerias com a Petrobras nos últimos 12 meses, na Tanzânia, em Benin. Temos contato regular com Petrobras e outras empresas, sempre olhando oportunidades e ranqueando elas numa série de projetos", disse o executivo.

Fonte: Valor Econômico/Rodrigo Polito | Do Rio






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