A Shell pretende iniciar nos próximos dias uma nova fase de produção de petróleo no Parque das Conchas (BC-10), no pós-sal da Bacia de Campos, informou ontem o presidente da companhia no Brasil, André Araujo. A expectativa é aumentar entre 25 mil e 27 mil barris diários de petróleo o volume produzido na área, elevando a produção do ativo para patamares próximos a 70 mil barris/dia.
Composto pelos campos de Ostra, Abalone e Argonauta, o Parque das Conchas produziu em janeiro, uma média de 43 mil barris diários de óleo, de acordo com os dados mais atualizados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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Segundo Araujo, a fase 3 de produção do Parque das Conchas exigiu investimentos de mais de US$ 1 bilhão, incluindo a perfuração de oito novos poços produtores. "Apesar dos desafios da indústria, incertezas sobre o preço do barril, nosso objetivo é continuar investindo e acreditamos no Brasil como um país que tem reservas viáveis", disse o executivo, ontem, durante evento organizado pelo consulado britânico, no Rio.
O BC-10 é operado pela Shell (50%), em sociedade com a indiana ONGC (27%) e a Qatar Petroleum (23%). O Parque das Conchas faz parte da carteira antiga de projetos da Shell no Brasil, anterior à aquisição da BG, cujos ativos foram incorporados aos da petroleira anglo-holandesa em fevereiro e permitiram à Shell ampliar sua participação no pré-sal.
Segundo Araujo, a compra da BG inaugura um "momento muito especial para a companhia no Brasil", onde a produção da Shell foi ampliada de 32 mil barris/dia para cerca de 195 mil barris diários de petróleo, com base em dados de janeiro. Com isso, a petroleira anglo-holandesa se tornou a segunda maior produtora do país, atrás apenas da Petrobras.
O executivo comentou, ainda, que os próximos meses iniciam uma "fase de descobertas", em referência á incorporação dos ativos da BG ao portfólio da companhia.
Com a compra da petroleira britânica, a Shell passou a deter fatias de 30% em Sapinhoá e de 25% em Lula, os dois principais projetos de produção do pré-sal brasileiro. Esses ativos se juntam ao antigo portfólio da Shell no país, composto pelo Parque das Conchas e pelos campos de Bijupirá e Salema, também localizados na Bacia de Campos.
Outro grande ativo da Shell no Brasil é a participação de 20% no consórcio responsável pela exploração de Libra, projeto operado pela Petrobras no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo Araujo, Libra "está indo muito bem".
"Os membros do consórcio têm trabalhado com cooperação, de forma muito próxima em diversos aspectos", elogiou o executivo.
Fonte: Valor Econômico\André Ramalho | Do Rio