A gigante petrolífera Shell projeta lucro líquido entre US$ 600 milhões e US$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2015, evidenciando o impacto dos preços de petróleo mais baixos no setor. Para o ano, a indicação é de lucro atribuído entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2 bilhões.
A companhia informou ainda que o lucro ajustado no quarto trimestre, excluindo certos itens, deverá ficar entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,9 bilhão, abaixo dos US$ 3,3 bilhões do período equivalente no comparativo anual. O ajustado em 2015 deve cair para um intervalo entre US$ 10,4 bilhões e US$ 10,7 bilhões, abaixo dos US$ 22,6 bilhões em 2014.
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Na base ajustada, a companhia anglo-holandesa espera lucros entre US$ 400 milhões e US$ 500 milhões no quarto trimestre para a divisão de exploração e produção, com destaque para a produção de gás. Já em refino e distribuição, a expectativa é de ganhos entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,6 bilhão entre outubro e dezembro.
A empresa também indicou que deve registrar ganhos não recorrentes de US$ 200 milhões no trimestre passado, com saldo positivo entre vendas de ativos e baixas contábeis. Para o ano todo, a companhia deve registrar perdas extraordinárias entre US$ 6,8 bilhões e US$ 7 bilhões.
A companhia também divulgou os dados operacionais do ano passado, registrando produção média de 3 milhões de barris de óleo equivalente por dia no quarto trimestre. Em 2015, a produção média foi de 2,9 milhões de barris por dia.
A Shell é a primeira das grandes petrolíferas a revelar informações financeira para o quarto trimestre e para o total de 2015, ao apresentar resultados preliminares, não auditados, antes de uma votação dos acionistas marcada para 27 de janeiro sobre a compra da concorrente BG Group.
Se aprovada, a fusão permitirá à Shell obter uma posição em campos offshore brasileiros e impulsionar a sua já considerável posição no mercado de gás natural liquefeito. Entretanto, a forte queda nos preços do petróleo tem levantado dúvidas entre investidores e analistas sobre o custo da aquisição.
“A conclusão da transação BG, que nós esperamos que aconteça em algumas semanas, vai marcar o início de um novo capítulo na Shell, para rejuvenescer a empresa e melhorar o retorno aos acionistas”, afirmou Ben van Beurden, presidente da Shell, em comunicado.
A Shell deve apresentar os resultados completos, trimestrais e anuais, em 4 de fevereiro.
Fonte: Valor (Dow Jones Newswires)