RIO DE JANEIRO - O novo sócio do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) terá que colocar 400 milhões de dólares no projeto para arrematar 30 por cento da companhia, disse uma fonte familiarizada com as negociações.
O estaleiro precisa de um novo sócio que detenha a tecnologia de fabricação de sondas, uma vez que a coreana Samsung, que detinha 6 por cento do EAS, saiu da sociedade recentemente.
A Samsung não chegou a transferir a expertise para os sócios e isso coloca em risco o programa de exploração de petróleo da Petrobras.
As construtoras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, que hoje possuem 50 por cento do estaleiro cada, estão em negociação com as japonesas Mitsui e Mitsubishi, com a polonesa Remontowa e também a norueguesa LMG, segundo a fonte, que pediu para não ser identificada.
A Petrobras contratou, via Sete Brasil, uma empresa intermediária, sete sondas para serem construídas no EAS. Cada uma custa entre 600 e 800 milhões de dólares.
Como a entrega das sondas dentro do prazo é essencial para que a Petrobras cumpra seu cronograma de exploração e produção de petróleo, a estatal chegou a negociar a ampliação da participação do Samsung para aproveitar o conhecimento tecnológico do grupo e acelerar projetos.
O objetivo agora é fechar uma participação maior no Atlântico Sul, onde a empresa estrangeira e os sócios brasileiros tenham divisão homogênea da sociedade, entre 30 e 40 por cento cada.
As relações entre os sócios brasileiros e os coreanos vinham piorando desde 2011, quando o navio João Cândido apresentou uma série de problemas.
O navio foi entregue com mais de um ano de atraso à Transpetro, subsidiária da Petrobras, e as falhas do projeto levaram os sócios brasileiros a questionar a parceria tecnológica com os asiáticos.
A Camargo Corrêa, o Queiroz Galvão e o EAS não quiseram comentar o assunto.
EIKE BATISTA
Os problemas do Atlântico Sul começam a provocar uma movimentação nos bastidores do setor naval brasileiro, com a concorrência esperando se beneficiar e abraçar as encomendas da Petrobras.
O empresário Eike Batista, dono do estaleiro OSX, em construção, falou na semana passada que seu relacionamento com a Petrobras vem se estreitando e que ele poderá vir a construir sondas para a estatal.
A OSX possui acordo de transferência da tecnologia com a Hyundai e, segundo o empresário, a compra do know-how dos coreanos custou 250 milhões de dólares.
Fonte: Reuters/Leila Coimbra
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