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Suape precisa de R$ 5 bi até 2014

Recursos são necessários para a implantação de grandes empreendimentos, como a montadora da Fiat, a siderúrgica, o cluster naval e outros negócios

A diretoria do Complexo Industrial Portuário de Suape calcula que vai precisar investir R$ 5 bilhões em obras de infraestrutura até 2014. Os recursos vão garantir a implantação de grandes empreendimentos como a montadora de veículos da Fiat, a Companhia Siderúrgica Suape (CSS), o cluster naval e outros negócios captados pelo maior polo de atração de empreendimentos do Brasil. Antes de colocar as obras na rua, o desafio será viabilizar a engenharia financeira para trazer o dinheiro para dentro do caixa.

Ontem, durante almoço de apresentação da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico à imprensa pernambucana, o presidente de Suape e titular da pasta, Geraldo Júlio, adiantou algumas das estratégias para tentar captar os recursos. Para garantir a implantação de grandes indústrias, Suape precisa fazer investimentos na construção de novos cais (a previsão é fazer do 6 ao 9), estradas, terraplenagem de grandes terrenos e dragagem para o cluster naval. Só a dragagem para o Estaleiro Promar S.A., por exemplo, vai custar R$ 108 milhões.

“Esperamos que parte dos recursos, de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões, venha da iniciativa privada para projetos estruturantes, como a construção de terminais, que teriam concessão do governo do Estado e arcariam com os investimentos”, destaca. O governo do Estado, que nos últimos quatro anos aplicou R$ 350 milhões em Suape, deve subir a aplicação em mais de 40%, alcançando R$ 500 milhões. “Não queremos usar o caixa do Estado com tanta voracidade, por isso vamos buscar outras alternativas de financiamento”, observa. Outros R$ 500 milhões deverão vir da antecipação de receitas portuárias pela Petrobras, que começará a operar a Refinaria Abreu e Lima em 2013.

A diretoria de Suape também aposta na inabilidade de outros Estados na captação de recursos da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para dobrar o orçamento do programa para o Estado, estimado em R$ 400 milhões. “Outra alternativa será buscar empréstimo no mercado, principalmente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)”, adianta Júlio, estimando a necessidade de captação em R$ 1 bilhão.

Segundo o secretário, depois de preparar a gestão de Suape e “engordar” a receita do porto, uma das alternativa será transformar o complexo numa sociedade anônima (S.A.) e admitir a entrada de sócios, a exemplo do BNDES Par e do Fundo de Infraestrutura do FGTS, da Caixa Econômica Federal – o FI-FGTS. O presidente de Suape diz que a ideia será amadurecida ao longo dos próximos dois anos.

Geraldo Júlio destaca o crescimento de escala do complexo, lembrando que nos últimos quatro anos os investimentos em infraestrutura chegaram a R$ 1,1 bilhão e que, agora, a necessidade é crescer o valor em quase cinco vezes.

Para exemplificar a mudança de escala o vice-presidente de Suape, Frederico Amâncio, lembra que a movimentação de cargas do porto no ano passado foi de 9 milhões de toneladas e que quando a Refinaria Abreu e Lima entrar em operação esse volume vai subir para 20 milhões de toneladas. Para este ano, a previsão é alcançar a casa das 10 milhões de toneladas. Amâncio destaca, ainda, que a receita de Suape também vem crescendo. “Em 2009 foi de R$ 41 milhões e no ano passado saltou para R$ 54 milhões”, compara. Para 2011, a projeção ainda está sendo fechada.

Questionado sobre os investimentos para receber a montadora da Fiat, Amâncio diz que o valor da terraplenagem ainda está sendo calculado. “Isso porque não se trata apenas de entregar o terreno plano, mas de acompanhar o projeto da montadora”, diz.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Adriana Guarda


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