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Subsea 7 investe para atender pré-sal

Petróleo: Norueguesa especializada na montagem de tubulação submarina terá nova unidade no Paraná
Um campeonato de futebol de campo promovido aos domingos pela prefeitura de Pontal do Paraná ganhou um novo patrocinador, a empresa norueguesa Subsea 7, a mesma que fez recentemente o evento Pintando o 7, com oficinas de artes, circo e música para os moradores daquele município do litoral paranaense. A multinacional, que desembarcou há 15 anos no Brasil e possui unidades no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, ainda não produz nada lá, mas aguarda para breve a liberação de licença prévia do Instituto Ambiental do Estado para erguer o que batizou de Parque de Construção Submarina do Paraná, que vai receber investimentos de R$ 100 milhões e deverá gerar 600 empregos diretos.
Empresa de construção e engenharia submarina que faturou US$ 2,4 bilhões em 2009 no mundo, sendo US$ 848 milhões no Brasil (no qual possui a Petrobras como principal cliente), a Subsea 7 tem sido discreta em relação aos movimentos que está fazendo no litoral do Estado. Para ampliar sua capacidade de atendimento de encomendas do setor petroleiro, faz algum tempo que ela desenvolve planos para a região. No fim de 2007, com a perspectiva de que essa indústria iria crescer para o Sul, comprou, por valor não revelado, uma área de 2,6 mil hectares em Pontal, na entrada da baía de Paranaguá, da qual pretende usar apenas 3% - pelo projeto, o restante do terreno será preservado. A intenção da empresa é começar a construção de sua base paranaense ainda em 2010 e colocá-la em operação em 2011.
"Cerca de 70% do óleo produzido no Brasil passa por tubos da Subsea 7", diz o engenheiro mecânico Victor Bomfim, diretor-presidente da subsidiária brasileira, que esteve no Paraná na terça-feira junto com outros executivos da empresa. Eles explicaram que querem montar tubulações em Pontal, trabalho que também é feito no Espírito Santo. Por tratar-se de atividade nova no Estado, a empresa criou um folheto para explicar suas atividades, no qual ressalta que irá inserir o Paraná no mapa do pré-sal.
Na prática, ela vai receber tubos de aço com 12 metros de comprimento e, com soldagens e revestimentos, eles serão transformados em tubulações com 1,3 mil metros de comprimento, que na sequência serão embarcadas em navios especiais e instaladas no fundo do mar. Esses tubos ficam entre o poço de petróleo e a plataforma. Esio Seize, gerente do projeto de Pontal, reuniu lideranças do município em março para apresentar as intenções da empresa. Segundo ele, o projeto foi alterado diversas vezes para encontrar a melhor forma de proteger o ambiente. Os que participaram gostaram do que ouviram. "Soubemos que a demanda é grande e nossa expectativa é de que a licença saia, porque vai gerar emprego e renda", disse o vereador Nelson Mademar (PRTB). "Acho muito interessante a chegada desse tipo de empresa para o Paraná", comentou Paulo Rocha, diretor do Porto de Antonina.
O Instituto Ambiental do Paraná informou que o pedido de licenciamento da Subsea 7 está sendo analisado e no dia 25 deve ser feito trabalho de vistoria. Procurada, a prefeitura de Pontal do Paraná não falou sobre o assunto. Fora do Brasil, a empresa tem unidades em regiões produtoras de petróleo como Mar do Norte, Ásia, África e Golfo do México. Suas atividades estão focadas tanto no desenvolvimento como na operação, inspeção e manutenção de campos submarinos de óleo e gás - além de tubos, ela faz robôs submarinos. "Somos discretos", diz Bomfim, que preside o braço brasileiro há 11 anos. Segundo o executivo, com a unidade do Paraná a empresa vai duplicar a capacidade de montagem de tubos.
A Subsea tem 5 mil empregados no mundo e 1,2 mil no Brasil. A intenção da empresa é fazer parcerias para treinar os que deverão ser contratados em Pontal. Ela também mantém três navios permanentemente no país para fazer o transporte dos tubos e envia outros sempre que necessário para atender os contratos. Sobre a aproximação dos moradores de Pontal do Paraná por meio de patrocínio de futebol e outros eventos, Seize explica que a intenção é evitar rejeições. "Queremos chegar como bons vizinhos." Ele não revela quanto a empresa investiu nesta estratégia e informou que a Subsea 7 não solicitou incentivos fiscais para a instalação de sua nova unidade no Brasil.

Fonte: Valor Econômico/ Marli Lima, de Curitiba






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