A francesa  Technip vai inaugurar sua segunda fábrica de tubos flexíveis no país no  quarto trimestre, no Estado do Rio de Janeiro. Com investimento de R$  650 milhões e foco no desenvolvimento do pré-sal, a unidade terá  capacidade para produzir 200 quilômetros de tubos por ano, de 6 a 22  polegadas de diâmetro, característica importante para suportar fortes  pressões e ambientes altamente corrosivos.
Além das duas unidades  de tubos flexíveis da empresa no país (a outra fica no Espírito Santo),  a companhia, que faturou € 9,5 bilhões em 2012, tem outras duas  fábricas similares: uma na França e outra na Malásia. Atualmente, 10% do  faturamento da empresa é resultado da operação no Brasil, onde a  diretoria da companhia tem planos de continuar a expandir os negócios.
A  nova unidade está sendo erguida, há um ano, no Porto do Açu, em São  João da Barra, região Norte do Estado, que por sua vez está em  construção pela LLX, empresa de logística do grupo EBX, de Eike Batista.  Paulo Veronesi, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa,  negou que as incertezas do mercado em relação aos ativos do empresário  abale as expectativas da companhia em relação a escolha do local e ao  seu potencial.
"Estamos muito tranquilos. A obra do Porto [do  Açu] está a pleno vapor. O porto, em si, é um ativo muito valioso",  disse Veronesi, ao Valor. A operação da nova fábrica, que ocupará, em um  primeiro momento, 40% de um terreno de 290 mil metros quadrados  arrendado no Açu, terá 600 funcionários diretos e 1,5 mil indiretos. A  maior parte do investimento, de R$ 650 milhões, será financiado pelo  BNDES.
A ideia é que a companhia tenha a possibilidade de, no  futuro, expandir ainda mais a sua produção no Brasil na área  remanescente arrendada. Veronesi não revela os valores pagos para se  instalar no local. Limitou-se a afirmar que "é bastante competitivo e em  linha com custos que a Technip tem em outros locais."
Nelson  Prochet, diretor de recursos humanos da companhia, explicou que os  planos de expansão da empresa até 2015 preveem o crescimento de 35% da  mão de obra empregada no país, dos atuais 3,7 mil para 5 mil. Segundo  ele, a empresa investe no treinamento dos funcionários.
"Atualmente,  cerca de 98% dos profissionais da Technip no Brasil são brasileiros",  disse Prochet. A fábrica de Vitória já existe há 26 anos e emprega 1,6  mil funcionários, atualmente. A produção da unidade é de 450 quilômetros  de tubos por ano, com diâmetros que variam de 1 a 14 polegadas,  inferior ao diâmetro que será produzido no Açu.
Veronesi destacou  que, para crescer no país, a empresa também está focada no  desenvolvimento de tecnologia específica para o pré-sal brasileiro. Há  dois anos, montou um centro de pesquisa e desenvolvimento no Espírito  Santo, que atua hoje com cerca de 60 profissionais, entre engenheiros e  técnicos.
No Brasil desde 1976, a Technip tem uma frota de quatro  navios lançadores de linhas flexíveis no país e outros dois em  construção em Santa Catarina, com previsão para entrar em operação em  2015. Além disso, tem uma frota de seis navios de apoio operando no país  e outros três atualmente em construção na Coreia. Os novos navios de  apoio devem entrar em operação até o início do próximo ano.
Fonte: Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio
PUBLICIDADE

















