Consolidada no mercado americano, a DGS Defense, empresa brasileira de tecnologia naval, apresenta sua expertise na fabricação de embarcações táticas de alto desempenho e resistência como um ativo diferencial para o comportamento de rios de água com altos níveis de sedimento. A empresa, que participou pela primeira vez na Navegistic Navalshore Amazônia, realizada de 10 a 12 de abril em Manaus, possui embarcações táticas operando nos rios da região e enxerga a possibilidade de ampliar o mercado de atuação.
Com casco à base de polietileno de alta densidade (PEAD) e proteção polietileno de ultra alto peso molecular (UHMW), as embarcações possuem comportamento de longa duração e resistência à abrasão que deteriora a estrutura das embarcações ao longo do tempo.
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Dois dos principais rios da região amazônica, o Madeira e o Solimões, são os principais transportadores de sedimentos. O Madeira, por exemplo, é responsável por quase 50% da quantidade de partículas suspensas que chegam à foz do rio Amazonas, segundo o estudo “Sediment flows in South America supported by daily hydrologic?hydrodynamic modeling” publicado na revista Water Resources Research em 2021.
“No caso de embarcações táticas do Exército, Marinha, Ibama, o desgaste dessa parte posterior do caso é rápido. A nossa solução foi agregar uma chapa de UHMW removível, semelhante a o protetor de cárter do carro”, explica Fuad Kouri, diretor comercial da DGS Defense.
A placa removível confere autonomia de continuar com a embarcação funcionando até que se substitua o material. Além disso, caso o proprietário opte por um treinamento, ele mesmo pode fazer o reparo, com um kit mínimo de ferramentas, o que confere independência e menor tempo de ociosidade.
No Brasil existe, atualmente, mais de 130 embarcações da DGS Defense em operação, sendo a maior parte na Marinha do Brasil, seguida do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal (PF), Exército Brasileiro e polícias militares e civis dos estados.
Mercado exterior
A união de dois polímeros que não se interligavam é uma tecnologia patenteada, fruto de pesquisa em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Braskem, maior fabricante mundial de polímeros. Mas o reconhecimento dessa inovação veio, primeiro, no exterior.
“Temos uma linha comercial específica por conta do interesse que o americano tem por produtos com características de alto desempenho e segurança. No Brasil, fazemos projeto voltado à identidade visual personalizável, por meio da aplicação de adesivos profissionais”, explica Kouri.
A tecnologia das embarcações tubulares rígidas híbridas (ETRH) nasceu em 1998 a partir da aplicação de polietileno para diversas soluções náuticas, como por exemplo, viveiros de peixe no Chile e flutuantes em Angra dos Reis (RJ). Em 2007, passou a funcionar como estaleiro, dedicando-se exclusivamente às embarcações táticas.
Hoje, a DGS integra ainda a Base Industrial de Defesa (BID) como Empresa Estratégica de Defesa (EED) e possui Certificado de Registro do Exército, habilitando-a para construção e comércio de embarcações dotadas de produtos controlados pelo Exército (PCE).