Do Rio - Entre os problemas na OGX identificados pelo mercado na semana passada, a ocorrência de "emulsão" no poço Vesúvio - um dos reservatórios mais festejados pela companhia - não ajudou a melhorar humor de analistas e investidores. Especialistas consultados pelo Valor afirmaram que os indícios não são bons. Um dos técnicos ouvidos explicou que a presença de emulsão em um teste de formação como o que ocorreu indica a presença de óleo muito pesado associado à baixa permeabilidade do reservatório, o que pode ser interpretado como indicador de baixa produtividade e maior risco econômico.
Fontes próximas à OGX dizem que o entendimento da companhia é outro e ela já contratou a empresa MI Swaco, do grupo Schlumberger, para que seja produzido um fluido especial, sob medida, para a área. A presença de emulsão está sendo considerada corriqueira na OGX, que compara o teste de Vesúvio aos primeiros testes nos campos de Jubarte e Papa-Terra, ambos da Petrobras na Bacia de Campos, que produzem petróleo pesado.
A empresa controlada por Eike Batista também considera um fato corriqueiro o adiamento do processo de venda de participação minoritária nos blocos na Bacia de Campos. A explicação para a espera é que o negócio "é um alvo em movimento", já que é grande a quantidade de perfurações na área em negociação. Com mais descobertas e maiores volumes potenciais, o risco de vender "barato" parecia grande o suficiente para a OGX decidir esperar. A empresa também estuda cláusulas que permitam precificar reservas adicionais encontradas na área depois de fechado o negócio.
Tudo indica ainda que a OGX aposta em resultados melhores do que os obtidos pela dinamarquesa Maersk no bloco BM-S-29 da Bacia de Santos, da qual passou a deter 100% dos direitos e obrigações exploratórias. O segundo poço nesse bloco, adquirido em 2002, na Quarta Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), teria custado cerca de US$ 85 milhões e foi perdido durante a fase de perfuração, devido a um "kick" - trata-se de um problema que ocorre devido a um desequilíbrio da pressão da lama de perfuração na hora de perfurar o poço, que faz com que os fluidos (seja petróleo, gás ou água) comecem a sair pelo poço até o anel da coluna de perfuração ou no interior do tubo de forma descontrolada.
Fontes próximas à OGX avaliam que ao ficar com 100% da área, que terá que ser reavaliada, a empresa acredita na possibilidade de obter melhores resultados.
(Fonte: Valor Econômico/CS)
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