Um leilão online vai vender 38 mil toneladas de estruturas de aço do estaleiro Ecovix, de Rio Grande, no Sul do estado, a partir das 14h30, desta terça-feira (23). Na semana passada, outro leilão negociou a venda de 26 mil toneladas, mas não há informações se o lote foi arrematado e nem quem teria comprado a sucata.
Todo o material que foi colocado à venda era para ter se transformado nas plataformas P-71 e P-72, usadas na extração de petróleo e gás natural.
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Em 2010, a Petrobras encomendou oito cascos de plataformas ao estaleiro da Ecovix. Cinco anos depois, o contrato de quase R$ 10 bilhões foi cancelado e 3,5 mil trabalhadores foram demitidos.
O estaleiro conseguiu evitar a falência e, desde então, tenta voltar à operação. Com o leilão, os projetos das plataformas não serão retomados.
A crise na Ecovix tem relação direita com a Operação Lava Jato. Diretores do estaleiro foram presos por irregularidades nos contratos com a Petrobras.
Em 2013, no auge da construção de plataformas em Rio Grande, eram cerca de 20 mil trabalhadores, a maioria no estaleiro da Ecovix. Atualmente, as operações estão praticamente parados.
"A gente vê esse momento como extrema derrota para classe trabalhadora que tanto lutou. Vendo aquilo ali virar sucata, o sonho de muitos, famílias destruídas por essa situação. Hoje, nosso trabalhador vive muito na informalidade, outros desempregados e essa é a realidade plena do fim daquele sonho, daquela luta que a gente tanto travou para manter aquele estaleiro ali. O que virou sucata foi o sonho, de um estaleiro pleno. Nosso trabalhador muito deixou o suor ali, hoje está virando sucata. É cortado em pedaços, vai para siderúrgica onde é derretido e é vendido", diz o vice-presidente do Sindicado dos Metalúrgicos de Rio Grande, Sadi Machado.
Em maio, o estaleiro EBR, em São José do Norte, deve contratar aproximadamente 400 trabalhadores para a construção de um grande módulo que vai fazer parte de uma plataforma que vai ser montada na China.
Fonte: G1