O estaleiro Mauá lança nesta quinta-feira ao mar o primeiro navio construído no Estado do Rio de Janeiro para o Programa de Modernização e expansão da Frota (Promef) da Transpetro. A embarcação, que receberá o nome de Celso Furtado, demandou investimentos da ordem de US$ 71 milhões, irá operar na área de transporte de derivados claros de petróleo, com capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto e 183 metros de comprimento. Na ocasião, também ocorrerá o batimento de quilha do segundo dos quatro navios de produtos que foram encomendados ao estaleiro.
O Estado do Rio continua sendo o maior pólo de construção naval do país. Já conta com 16 navios encomendados pelo Promef, totalizando investimentos de R$ 2,2 bilhões. O programa visa criar, pelo menos, 650 mil empregos no estado, sendo 10 mil diretos e 40 mil indiretos. O Navio será entregue a Petrobras no dia 15 de dezembro.
O estaleiro Mauá, que irá construir quatro navios de produtos do Promef, totalizando investimento de US$ 284 milhões, está localizado na Ponta D"areia, em Niterói. "Este lançamento tem significado histórico muito grande, já que foi ali mesmo na Ponta D"Areia onde a tradição brasileira de construir navios começou", ressaltou Sérgio Machado, presidente da Transpetro.
A embarcação é o primeiro encomendado a um estaleiro fluminense pelo Sistema Petrobras 13 anos após a última entrega. O último havia sido o Livramento, finalizado em 1997 pelo estaleiro Eisa. O Livramento levará dez anos para ser concluído, em meio a uma grave crise do setor. A indústria naval brasileira, que havia sido a segunda maior fabricante mundial nos anos 70, praticamente desapareceu a partir dos anos 80.
Sérgio Machado disse ainda que, com a encomenda de 49 navios do Promef, um dos principais projetos do Programa de aceleração do Crescimento (PAC), os estaleiros foram modernizados e surgiram novas unidades de produção, como o estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco.
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse que a estatal receberá, até o próximo dia 30, as propostas para a instalação de um estaleiro na Bacia do Tietê. A licitação consta com 20 empresas brasileiras e dez estrangeiras. O vencedor da licitação, caso não haja nenhum contra-tempo, segundo ele, será anunciado em agosto. "Esse programa foi lançado em março. O Brasil tem 40 quilômetros de rede. E temos que gerar logística. O etanol transportado por rodovias encarece muito o produto. Então, por hidrovia, na ida transportamos produtos claros (petróleo), na volta podemos trazer etanol.
Um comboio é formado por um empurrador e quatro barcaça e substitui 180 caminhões. Pela hidrovia, esse comboio substitui 40 mil viagem de caminhões/ano, consome cinco vezes menos, polui 3 vezes menos e o custo é duas vezes menor".
Fonte: Monitor Mercantil/Marcelo Bernardes
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