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Troca deixa sequelas na relação com PR

O processo de substituição de Alfredo Nascimento por Paulo Sérgio Passos no Ministério dos Transportes deixou sequelas no relacionamento do governo com parte da bancada do PR na Câmara.

Oficialmente, o partido ainda controla o ministério. Passos é filiado ao PR desde 2006. A revolta, no entanto, tem como causa a intenção do governo de reduzir a influência do grupo liderado por Valdemar Costa Neto na Pasta.

O sinal de alerta da base aliada soou quando o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), ausentou-se ontem de um almoço com os demais líderes e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Circulou também a ameaça de que o partido poderia não participar do coquetel que a presidente Dilma Rousseff deve oferecer hoje a deputados.

Portela reclama de não ter participado das conversas que levaram à confirmação de Passos no cargo e do tratamento dispensado pelo Palácio do Planalto à bancada - o senador Clésio Andrade (MG) conversou com Ideli e Blairo Maggi (MT) com Dilma antes da confirmação de Passos no Ministério dos Transportes. No entanto, o deputado apressa-se a assegurar que o partido não deixará a base aliada.

"Não era esse o trato. Podiam ter nos chamado e dito que iam fazer a indicação. Acabamos sabendo da indicação pela imprensa", lamentou o líder. Mas não há sinal de rompimento: "O PR é base do governo. Somos governo e continuaremos sendo governo."

Diante do episódio, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), conversou com Portela para amenizar os ânimos. A liderança do governo também afagou o PR na Comissão Mista de Orçamento do Congresso. Apoiou a ideia do partido de criar um grupo de trabalho permanente no colegiado para acompanhar a execução orçamentária das obras da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016. Como a ideia foi do PR, o comando da comissão deve ficar com alguém da sigla. A oposição foi contra e alertou que já há uma comissão com a mesma missão.

Do outro lado da Praça dos Três Poderes, o Palácio do Planalto manteve-se firme na decisão de não aceitar Luiz Antonio Pagot de volta ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ao final de suas férias. Desautorizou também os rumores de que o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) poderia, Bernardo Figueiredo, poderia chefiar o órgão.

(Fonte: Valor Econômico/Fernando Exman e Caio Junqueira | De Brasília/Colaborou Ribamar Oliveira)


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