A fabricante americana Tyco Flow Control planeja intensificar sua atuação no país com a abertura de mais quatro unidades de serviços em território nacional até 2013, sendo que uma delas já está sendo construída no litoral fluminense. O foco dos complexos será a manutenção e o reparo de válvulas de controle de fluxo de água usadas em indústrias, principalmente as que têm processos em altas temperaturas - como empresas de mineração e as de óleo e gás.
A companhia integra o grupo Tyco, que faturou US$ 17 bilhões globalmente em 2010 e tem três empresas principais: além da Flow Control (fabricante de válvulas), a Tyco Security Solutions (de equipamentos de segurança, como sensores antifurto) e a Tyco Fire Protection (de equipamentos contra incêndios, como alarmes e detectores). Dos 15 mil funcionários em todo o mundo, 400 trabalham no Brasil - um número que aumentará em breve, de acordo com Patrick Decker, presidente mundial da Tyco Flow Control. "Nossos maiores investimentos serão direcionados a recursos humanos", diz.
Em visita ao país neste mês, o executivo passou cerca de uma semana reunindo-se com clientes para averiguar suas demandas prioritárias. "Nosso foco é pesquisar quais as necessidades deles e posteriormente direcionar nossos investimentos a elas", explica Decker. Ele diz que a companhia está comprometida em aumentar a participação de mercados emergentes no faturamento global. Hoje, Brasil, China, Índia e Oriente Médio geraram 16% do total do faturamento registrado em 2010.
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Embora a atenção por esses mercados tenha se tornado mais presente na agenda das empresas globais com o esfriamento econômico de países do Hemisfério Norte, o plano de expansão da Tyco para as regiões já existia antes da crise de 2008 - em 1997, comprou a fabricante de válvulas Keystone, de Sorocaba. Hoje, a companhia tem essas duas unidades fabris: além da localizada no interior de São Paulo, outra na capital paulista. No último um ano e meio a companhia já investiu US$ 110 milhões no mercado brasileiro - sendo que parte desse montante foi aplicado na aquisição da fabricante de válvulas brasileira Hiter, em 2009.
O Brasil é mencionado nos balanços globais como um dos principais países para o grupo dentre os mercados emergentes. Segundo Decker, as principais oportunidades do grupo no país são os mercados de etanol, de óleo e gás e de mineração.
Para garantir a expansão, já está certa a abertura, até o fim do ano, da unidade de serviços em Macaé (RJ) - focada em clientes do setor de óleo e gás -, cuja instalação já está sendo construída. Também há planos de abrir, até 2013, outra unidade em alguma cidade da Bahia para atender o mesmo setor, além de mais duas voltadas a clientes de mineração - em Belo Horizonte (MG) e Belém (PA).
Embora não divulgue a quantia total desses investimentos, Decker diz que o grupo está disposto a fazer aquisições no país nos próximos anos. "Anualmente, o grupo reserva aproximadamente US$ 500 milhões para aquisições em todo o mundo", informa. No país, uma das potenciais candidatas à compra, segundo fontes, é a Cameron do Brasil - que também fabrica válvulas de controle de fluxo em território nacional e atende principalmente a indústria do petróleo. Decker não comenta a possibilidade, mas também não a descarta. Além da expansão nacional, a companhia procura aproveitar os negócios de clientes brasileiros, como a Petrobras, no exterior.
Fonte: Valor
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