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Usiminas busca mercados no país e exterior com novo investimento

Em meio a um cenário de demanda interna morna, e excesso global de oferta de aço, a Usiminas inaugura hoje seu último grande investimento na área siderúrgica - R$ 2,5 bilhões -, em Cubatão, na Baixada Santista. Com o novo equipamento, uma laminadora de chapas de aço, a empresa mira novos mercados no Brasil para ampliar suas vendas e melhorar seus ganhos financeiros. O alvo principal é o setor de extração e transporte de petróleo e gás, além das indústrias naval e de maquinário.

O investimento foi realizado nas instalações da antiga Cosipa (siderúrgica paulista adquirida pela Usiminas em 1993 e depois incorporada). O novo equipamento, chamado de Laminador de Tiras a Quente-LTQ, importado do Japão, vai produzir 2,3 milhões de toneladas por ano. Assim, a empresa vai substituir o atual, já com muito tempo de operação e tecnologia para aplicações menos nobres.

Julián Eguren, presidente da Usiminas desde janeiro, disse ontem ao Valor que "o novo equipamento é importante por aportar na Usiminas uma gama de produtos que o Brasil tem de importar". "Ninguém produz ainda chapas de aço com esse tipo de equipamento com o seu nível tecnológico", acrescentou. Além de substituir material importado, como componentes usados pela Petrobras, a Usiminas espera ganhar mercados na exportação.

O equipamento, que estará operando à plena capacidade até o fim do primeiro trimestre de 2013, está na fase final de certificação e homologação de produtos, já com algumas vendas comerciais, informou o executivo. O antigo equipamento não será aposentado de vez. "Ficará em 'stand by', pois o Brasil, com seus programas de investimento em infraestrutura, poderá ter recuperação da demanda e picos de encomenda", disse Eguren, que assumiu o cargo em janeiro.

Para atender a Petrobras, a empresa, junto com a TenarisConfab (fabricante de tubos de grande diâmetro), está desenvolvendo, há mais de um ano, aplicações na extração de petróleo (visando principalmente o pré-sal). No exterior, a Usiminas vislumbra contratos na Colômbia, México (para redes de gás natural) e EUA. Neste caso, em potenciais parceria com a Ternium, uma das suas controladas. "A Ternium tem grande presença comercial na América Latina e pode ser uma grande promotora da Usiminas", disse.

Fornecido pela Mitsubishi, a preço estimado de US$ 1 bilhão - a empresa não revela o valor -, o equipamento tem financiamento do banco japonês de fomento JBIC. O BNDES é financiador das obras de construção. A operação do novo laminador, com elevada automatização, vai empregar 300 funcionários - 100 do quadro atual e 200 novos, treinados nos Brasil, EUA, Europa e Japão.

Com este investimento na unidade de Cubatão, que tem capacidade de 4,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano, a Usiminas encerra um ciclo de R$ 11 bilhões em cinco ano. Esse total incluiu novos projetos na usina de Ipatinga (MG), como linha de chapas especiais para fabricação de automóveis. No todo, a empresa dispõe de capacidade de 9,5 milhões de toneladas de aço bruto ao ano, mas tem operado com ociosidade entre 25% e 30% devido à fraca demanda e à competição com aço importado.

Encerrada essa fase, o foco da empresa é a autossuficiência em minério de ferro, além de geração de energia, outro item que pesa nos custos de produção. Até o fim de 2013, a subsidiária Usiminas Mineração (que tem 30% da Sumitomo Corp.) vai aplicar R$ 850 milhões para elevar a produção de minério das atuais 8 milhões de toneladas ao ano para 12 milhões de toneladas a partir de 2014.

A segunda fase, que visa o mercado de exportação (17 milhões de toneladas anuais) e com custo de alguns bilhões de reais, segundo Eguren, passa por um estudo de avaliação com os sócios japoneses, liderados pela Nippon Steel & Sumitomo Metal. "Não é revisão do projeto, apenas ajustes desse grande investimento", disse, informando que a decisão final está prevista para o primeiro trimestre do próximo ano.

Uma das marcas de Eguren em seus dez meses de comando na Usiminas, vindo da direção da Ternium, é a busca de ganhos de eficiência das unidades operacionais, para baixar os custos de produção. O executivo informou que no primeiro e segundo trimestres, a empresa operou com oito máquinas de lingotamento contínuo [onde entra o aço líquido e saem as placas]. A partir de julho, desativou duas (uma em cada usina) e obteve acréscimo de 12% na produção. "Continuamos na busca de sinergias e de excelência operacional, olhando a empresa, como um sistema único", afirma.

Após esse pacote de investimento, observa o executivo argentino, agora é hora de maximizar ganhos para a companhia.

No segundo trimestre, as vendas de aço tiveram o melhor resultado em quase quatro anos, com 1, 9 milhão de toneladas, sendo 1,3 milhão no mercado interno. Já a produção de aço bruto nas usinas de Ipatinga e de Cubatão somaram 1,8 milhão de toneladas, 10% superior ao período de janeiro a abril. Entretanto, no período, a Usiminas fechou com prejuízo de R$ 101,7 milhões.

A empresa divulga amanhã o balanço financeiro do terceiro trimestre. A expectativa de analistas ouvidos pelo Valor é de novo prejuízo: a projeção para o período é de R$ 65 milhões e resultado operacional (Ebitda) de R$ 228 milhões (com margem de 7%). E receita líquida de R$ 3,2 bilhões.

Fonte: Valor / Ivo Ribeiro






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