O crescimento de quase 17% registrado nas importações no segundo trimestre faz com que os varejistas brasileiros apostem em um fim de ano melhor. Um relatório de comércio da Maersk destaca que as exportações também devem apresentar números melhores até o final de 2017. De acordo com a publicação, as importações no Brasil refletiram as antecipações de pedidos para o Natal, aumentaram as importações asiáticas e permitiram crescimento consistente da entrega de peças eletrônicas para montagem em Manaus (AM). Já as exportações caíram 2,2% após um desempenho mais fraco na Ásia e Europa em carga seca.
A Maersk avalia que a demanda ainda está relativamente baixa, porém é possível enxergar um cenário mais promissor e encorajador. A análise é que a economia se recupera em velocidade acima do que era esperado e os volumes devem melhorar. “Vemos recuperação a nível mundial”, projeta o diretor comercial da Maersk Line para costa oeste da América do Sul, Nestor Amador.
A companhia espera crescimento nas importações no terceiro e quatro trimestres, com uma modesta melhora nas exportações. A empresa observa que, pela primeira vez em dois anos, os varejistas estão estocando mais suas prateleiras, deixando de ser importador líquido. No segundo trimestre de 2017, o volume de importações foi 14,5% mais baixo do que no mesmo período em 2014, anterior à crise.
A carga refrigerada liderou o declínio das exportações: 5,3% menor no segundo trimestre. As exportações não refrigeradas caíram 1,5% durante o mesmo período. O resultado da carga refrigerada, diz o relatório, foi impactado por uma crise de qualidade da carne no final do primeiro trimestre e no início do segundo. As exportações refrigeradas viram os maiores declínios no Oriente Médio e África, respectivamente 12,6% e 13,9% a menos. No entanto, os mercados asiáticos e europeus estiveram 5,6% menores e 1,6% maiores. Para os mercados de carga seca, os mercados europeu e asiático foram apenas 4,5% e 1,7% mais fracos no segundo trimestre.
Para a temporada de 2017-2018, os produtores de commodities esperam safras recordes de algodão, soja, e açúcar, e uma leve melhora na safra de melões após a seca de 2016. O milho deve apresentar uma queda brusca de dois dígitos de sua produção. O mercado espera que as exportações de algodão apresente safra recorde, já que o setor aumentou a área de agricultura deste produto por mais de 10% para esta temporada.
O resultado do segundo trimestre é um pouco melhor em relação aos três primeiros meses do ano. O relatório destaca que o crescimento de 16,6% tem como base o segundo trimestre de 2016, que foi um dos dois piores resultados trimestrais para importações em mais de duas décadas. Nestor Amador explicou que as importações em todo o mundo crescem com melhorias do varejo para a indústria e, enquanto os fabricantes de automóveis esperam entrar em um período de crescimento de até cinco anos. Essa tendência ainda está para se materializar em termos de importações, tendo registrado crescimento zero no segundo trimestre.
Também são esperadas colheitas abundantes brasileiras nos próximos anos, a produção de soja e celulose e papel estão se expandindo, o que representa uma crescente necessidade de importar mais fertilizantes. "Nós acreditamos que os fertilizantes são um potencial mercado de crescimento entre produtores agrícolas brasileiros e especificamente provedores russos", diz o diretor de trade e marketing para Maersk Line para costa oeste da América do Sul, João Momesso. A expectativa é que as importações voltem a registar crescimento de dois dígitos no terceiro trimestre.
APM Terminals (Pecém) — De acordo com o relatório, os volumes em Pecém cresceram 21% no primeiro semestre de 2017, com a cabotagem aumentando 18%.
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Por Danilo Oliveira
(Da Redação)