A Autoridade do Canal do Panamá está projetando um declínio significativo em sua receita para o próximo ano. Com a contínua escassez de água, as operações da hidrovia sofrem restrições. Esta foi uma das mensagens do administrador do canal, Ricaurte Vasquez, durante uma apresentação na quinta-feira (3) celebrando o papel do Canal do Panamá e discutindo os desafios futuros na gestão do canal.
A autoridade do canal esperava que o mês de julho, normalmente início da estação chuvosa, ajudasse na recuperação da água em toda a bacia hidrográfica, que consiste no lago artificial Gatun alimentado pelo rio Chagres. Mas a tendência histórica não está se confirmando.
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No final de julho, a autoridade informou que adiaria uma redução adicional de 15 centímetros no limite de calado para os navios que transitassem pelo canal mantendo um calado de 13,4 metros durante os próximos meses. Para manter o calado, o canal, no entanto, começou a limitar o número de trânsitos diários pelas eclusas novas e antigas. O movimento caiu de 34 a 36 navios por dia para um máximo de 32 navios.
Como resultado das restrições em andamento, a autoridade projeta que a receita do canal no ano pode diminuir em até US$ 200 milhões. Esperava-se que o ano fiscal que começa em outubro produzisse receitas de US$ 4,9 bilhões para a autoridade do canal.
As limitações das eclusas Neopanamax, inauguradas há sete anos, são críticas à medida que os navios crescem. As novas eclusas representam pouco mais de metade da tonelagem que transita anualmente pelo canal, tendo movimentado mais de 20.600 navios desde a sua abertura em junho de 2016.
A autoridade destaca que inicialmente se previa que as eclusas desse passagem a navios com capacidade para 12.600 TEUs. Um recorde de 16.285 TEUs foi estabelecido em 2022 e esta semana o "Ever Max" se tornou o porta-contêineres de maior capacidade a transitar pelas eclusas. A embarcação tem uma capacidade nominal de 17.312 TEUs, embora transite com apenas três quartos da capacidade.
A Autoridade do Canal do Panamá, como parte de seu planejamento, analisa a possibilidade de desenvolver um corredor logístico que diversifique as formas pelas quais o canal gerencia o trânsito dos navios.