A China impôs uma quarentena de 14 dias às tripulações de navios de 13 países, entre eles Estados Unidos, França, Japão e Alemanha. A medida pretende evitar a entrada de pessoas contaminadas com o novo coronavírus no gigante asiático.
Com a restrição, parte dos 7 mil tripulantes dos quase 500 navios que chegam aos portos chineses todos os dias deverá ser afetada, segundo informação da Administração de Segurança Marítima do país, e pode impactar negativamente o comércio mundial, de acordo com consultorias privadas locais.
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Ao Valor, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Ribeiro, afirmou que a medida não terá influência sobre as exportações do agronegócio brasileiro para a China. "Não há falta de contêineres e o Brasil não está na lista de países sujeitos à quarentena de 14 dias", pontuou.
Segundo ele, até o momento o governo brasileiro não observou nenhuma medida que possa prejudicar as exportações brasileiras para China ou para qualquer outro destino.
Ribeiro afirmou, ainda, que o Ministério da Agricultura e demais órgãos da Esplanada acompanham a situação na China para avaliar possíveis impactos ao Brasil, mas que isso ainda não está claro. "Não está claro que o impacto será negativo. Há um acumulo de contêineres na China, em nada nos prejudica, e competidores diretos terão custos logísticos aumentados", disse.
Ele afirmou que os custos logísticos dos exportadores brasileiros poderão ficar mais baixos frente aos principais concorrentes com a nova restrição.
Um comunicado emitido esta manhã pelos adidos agrícolas brasileiros na China ressalta a possibilidade de a medida implementada pelo governo de Xi Jinping gerar novos impactos negativos na logística marítima mundial.
O texto afirma que é esperada uma nova onda de cancelamentos de viagens e isso pode resultar em uma "diminuição temporária da capacidade de remessa de cargas, com aumento dos preços dos fretes, mesmo quando a China e o resto do mundo começarem a se recuperar do impacto econômico da pandemia".
Uma consultoria chinesa citada no comunicado dos adidos brasileiros recomenda o planejamento logístico seja feito com antecedência "pois poderá haver falta de espaço nos navios assim que a atividade econômica reiniciar".
A quarentena aos navios estrangeiros afeta tripulações dos Estados Unidos, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Japão, Coréia do Sul, Holanda, Noruega, Espanha, Suécia e Suíça. A medida em vigor nos principais portos chineses, incluindo Xangai e Ningbo-Zhoushan.
Fonte: Valor