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Debatedores confirmam viabilidade econômica e ambiental da hidrovia no São Francisco

A viabilidade econômica da reativação da hidrovia do São Francisco foi confirmada por especialistas ouvidos pela Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (12). Dados apresentados durante a audiência pública mostram que uma barcaça, por exemplo, poderia levar 900 toneladas de carga; quantidade que se transportada por terra, exigiria 35 carretas. A viabilidade ambiental também foi confirmada pelos debatedores: a emissão de poluentes é quatro vezes maior nas rodovias do que nas hidrovias.

Representantes de vários órgãos do governo federal participaram de audiência pública da para discutir a viabilidade. Representante do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Karoline Lemos listou as intervenções necessárias para a reativação: a retirada de material do fundo do rio; a implantação de sinalização, de guias-correntes e de diques de pedra que diminuem a necessidade de dragagem.


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Mas o orçamento para as obras no São Francisco, que foi de R$ 10 milhões em 2019, tem previsão de R$ 1,184 milhão para 2020. "Pra que a gente chegue a dizer que temos uma hidrovia, a gente precisa ter uma via confiável pra navegação. Ela tem de ser segura, nós temos que prover serviços de manutenção, de operação das nossas eclusas, nós precisamos ter cartas náuticas atualizadas e precisamos executar os serviços de dragagem", destacou.

Grupo de trabalho
Para o deputado Paulo Guedes (PT-MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, o problema também passa pela organização dos diversos setores do governo. "Faltam recursos financeiros e falta entrosamento, porque os próprios órgãos às vezes batem cabeça", lamentou.

Guedes propôs a criação de um grupo de trabalho, junto com órgãos do governo, para prosseguir as discussões. Ele também pediu o empenho dos parlamentares da Comissão Mista de Orçamento para aprovar emenda que destina R$ 1,5 bilhão para a revitalização do São Francisco e para a reativação da hidrovia.

Vantagens
Presidente da Associação dos Municípios do Médio São Francisco (Amesf), Raul Reis acompanhou o debate com atenção. Prefeito de Lagoa dos Patos, no norte de Minas, ele enumerou as vantagens da reativação da hidrovia. "Levaria turismo para a nossa região, em especial aos municípios que são ribeirinhos; levaria a um aquecimento na economia, onde a mercadoria chegaria naquela região num preço mais em conta; isso sem contar que ela poderia escoar a produção da nossa região".

O trecho do rio São Francisco mais adequado à navegação tem 1.371 quilômetros de extensão e vai da cidade de Pirapora (MG) a Juazeiro e Petrolina, na divisa da Bahia com Pernambuco. O transporte de carga já foi intenso há algumas décadas, mas o rio deixou de ser navegável em alguns pontos por causa da instabilidade do regime de chuvas e do assoreamento, que é o acúmulo de sedimentos no fundo, que comprometem o volume das águas.

Fonte: Agência Câmara






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