Navalshore 2024

Em defesa dos marítimos

No dia 29 de setembro, foi comemorado o Dia Marítimo Mundial. Em solenidade realizada no Centro de Instrução Almirante Graça Aranha (Ciaga), no Rio de Janeiro, foram lidas as palavras do secretário geral da Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), Efthimios Mitropoulos. No documento, lido pelo presidente do Centro de Capitães da Marinha Mercante, o Capitão de Longo Curso Álvaro José de Almeida Junior, Mitropoulos defende o combate à pirataria a fim de dar mais segurança aos marítimos. Esse foi o tema abordado pela entidade no dia comemorativo. O secretário geral da IMO destaca que, graças a esforços conjuntos, a pirataria foi significativamente reduzida nos últimos anos. Segundo ele, a campanha antipirataria está focada, desde 1980, nos estreitos de Málaga e Cingapura e no Mar do Sul da China.

No entanto, Mitropoulos ressalta que a pirataria é um problema vivenciado em outras regiões do mundo, como o largo da costa da Somália, no Golfo de Aden, no Mar Arábico, e em parte do Oceano Índico. O secretário geral da IMO lamenta que muitos navios passaram a não mais transitar pelo Golfo de Aden, optando pela rota do Cabo da Boa Esperança, aumentando o percurso e os custos dessas viagens. "Foi por todas essas razões que a IMO resolveu não apenas considerar o combate à pirataria como tema para o Dia Marítimo Mundial, mas também um tema central para os seus trabalhos neste ano, e por quanto tempo for necessário", explica.

Mitropoulos cita estudo que aponta que 4.185 marítimos foram atacados por piratas usando armas de fogo, em 2010, sendo que 1.090 foram feitos reféns e 488 sofreram significativo abuso psicológico ou físico. Além disso, estima-se um prejuízo anual entre US$ 7 bilhões e US$ 12 bilhões com a pirataria. "Navios transportando óleo provenientes do Golfo Pérsico e do Golfo de Aman estão na mira dos piratas, os quais se tornaram mais atrevidos, audaciosos, agressivos e violentos e parecem estar bem mais organizados. Sequestro  e resgate têm sido o modo de operação no caso da Somália e existem centenas de marítimos presentemente sendo mantidos reféns a bordo de navios sequestrados, durante períodos  seis meses em média", afirma.

PUBLICIDADE

Ecobrasil


A IMO desenvolveu um plano de ação multifacetado, integrado com ações das Nações Unidas, alianças de estados, governos agindo coletiva ou individualmente, forças militares, companhias de navegação, operadoras de navios e tripulações. Para Mitropoulos, as companhias de navegação devem assegurar-se de que seus navios rigorosamente aplicam diretrizes da IMO e as melhores práticas, desenvolvidas pela indústria. O secretário geral da entidade acredita que muito ainda precisa ser feito contra a pirataria, incluindo a captura, julgamento e punição para todos aqueles envolvidos, além do rastreio do dinheiro do resgate e o confisco dos ganhos oriundos dos crimes de sequestros.

Em seu discurso, o vice almirante e diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, diz que as palavras da IMO espelham com clareza a dimensão do problema e a necessidade de ações cada vez mais orquestradas por parte da comunidade internacional para combatê-lo. Bacellar destaca que o Brasil, por intermédio de representação permanente junto à IMO, em Londres, vem participando da busca e do encaminhamento de soluções para acabar com a pirataria. O diretor de Portos e Costas da Marinha lembra que o crescimento da frota exige significativo e contínuo incremento na quantidade de profissionais colocados à disposição do mercado, o que tem levado o Sistema de Ensino Profissional Marítimo a trabalhar nos seus limites e a adotar soluções originais para as dificuldades enfrentadas.

Condecoração - Na ocasião, o CLC Nilson Ferreira Nunes Filho recebeu o distintivo de comodoro. Natural de Belém (PA), Nunes Filho tem 55 anos e formou-se na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), em 1978. Ascendeu à categoria de Capitão de Cabotagem, em 1993, e à de Capitão de Longo Curso, em 1996. O Comandante Nunes possui mais de 14 anos no comando de navios como “Jundiá”, “Potengi”, “Pirajuí”, “Itajubá”, “Lindóia”, “Carangola”, “Nilza” e “Diva”. Ele possui mais de 1,670 milhão de milhas navegadas. Em 2003, concluiu o Curso de Política e Estratégia Marítimas (C-PEM) da Escola de Guerra Naval.



Praticagem

   ATP    GHT    abtp
       

Hidroclean

 

 

Países Baixos

 

  Sinaval   Assine Portos e Navios
       
       

© Portos e Navios. Todos os direitos reservados. Editora Quebra-Mar Ltda.
Rua Leandro Martins, 10/6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP 20080-070 - Tel. +55 21 2283-1407
Diretores - Marcos Godoy Perez e Rosângela Vieira