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Empresa transportadora é repudiada no Sul do país

A manifestação de doze entidades de Santa Catarina chamaram a atenção para as atividade da empresa Norsul, no Espírito Santo. Responsável pelo transporte marítimo da produção da ex-Aracruz Celulose (atual Fibria) e Arcelor Mittal, ela é acusada de gerar grande impacto ambiental na região. Aqui, a empresa é conhecida pelos pescadores devido aos casos de atropelamento de baleias. Já no Sul do País, a denúncia é contra derramamentos de óleo e o abandono de turbinas no fundo do mar.
A Norsul, que é do grupo Lorentzen – responsável pela implantação da ex-Aracruz Celulose –, solicita em Santa Catarina uma licença para construir o Terminal Marítimo Mar Azul e, segundo as entidades ligadas à Intersindical – como é chamada a ONG que congrega as 12 entidades organizadas da região –, a empresa já gerou danos demais na região ao transportar bobinas da Arcelor Mittal do Estado até a Baía de Babitonga, no extremo Sul do País, como divulgado pelo AmbienteJá.
Segundo o site, as entidades, que buscam impedir o porto da Norsul na Baía da Babitonga, em Santa Catarina, a empresa é responsável pelo abandono de turbinas no fundo do mar e pelo derramamento de óleo que prejudicou socialmente e economicamente a região. A região, segundo as entidades, sofreu com a instalação da Vegas do Sul – hoje Arcelor Mittal -, considerada a rainha das poluidoras e não quer um novo empreendimento.
Até a Câmara de Vereadores de São Francisco do Sul aprovou a moção de repúdio ao porto privado da Norsul. Um vídeo produzido por uma ONG ambientalista prova, tendo como fonte os próprios pescadores da baía, que o local onde a Norsul quer implantar o porto privado, em Laranjeiras, congrega até quatro espécies da icfiofauna tidas como em extinção e que ocorrem só ali: a toninha, o mero, a tartaruga verde e o trinta réis real. A região é tida ainda como um berçário por concentrar todas as espécies de peixes da região e servir para a procriação das espécies. Ao todo, mais de dois mil pescadores praticam a atividade extrativista naquele ponto, como aponta o AmbienteJá.
Já no Espírito Santo e norte da Baía, a tentativa de impedir a ação da Norsul, através do Terminal de Barcaças da ex-Aracruz Celulose, Portocel e Porto de Tubarão, não teve sucesso.
Pelo mar, conforme pontuam os ambientalistas, nos sete anos de funcionamento do Terminal de Navios e Barcaças da ex-Aracruz Celulose (Fibria), em Caravelas (BA), estas embarcações atravessaram a rota de baleias - que vem do sul em busca das águas quentes do Parque Nacional Martinho de Abrolhos – e são responsáveis por dezenas de atropelamentos desses animais, anualmente. Em grande parte, gerando a morte deles. Entre as espécies mais prejudicadas estão exemplares da espécie Jubarte, que utilizam o litoral baiano para se reproduzir.
O barulho de embarcações e até o choque com as barcaças são responsáveis pela interferência no período de reprodução, provocando, inclusive, a morte de baleias.
Só para a Aracruz, as barcaças que, medem 114m de comprimento, carregam em média o equivalente a cem carretas de eucalipto por viagem. Segundo os relatos de pescadores e até condutores das barcaças, é difícil desviar dos animais devido ao peso das barcaças da Norsul, que carregam, oficialmente, até 200 toneladas de eucalipto em uma só viagem.
Segundo os pescadores da região, quando não são mortas, as baleais acabam encalhando feridas nas praias.

Fonte: Século/Flavia Bernardes


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