A participação do modo aquaviário na matriz de transportes brasileira é de 11%. Foi o que apontou um estudo, desenvolvido pela Gerência de Desenvolvimento e Estudos – GDE da Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade – SDS da Antaq. O trabalho visou atualizar a estimativa da demanda de transporte aquaviário de cargas, expressa pelos indicadores de tonelada útil – T e tonelada quilômetro útil – TKU, realizada durante o ano de 2018, nos corredores hidroviários brasileiros dos rios Solimões-Amazonas, Madeira, Tocantins-Araguaia, Paraguai, Paraná-Tietê, São Francisco e Hidrovia do Sul, e nas principais rotas ao longo da costa, individualizada pelos principais pares de origem e destino da navegação interior de percurso longitudinal e de cabotagem.
O indicador TKU é um dos principais parâmetros da operação dos modos de transporte. Ele reflete o efeito combinado da carga efetivamente transportada, cujo peso é medido em toneladas – t, e da distância percorrida durante o transporte, medida em quilômetros – km. Assim, a unidade em que é medido o TKU representa o deslocamento de uma tonelada de carga sobre a distância de um quilômetro.
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Além de medir a produção de um determinado modo de transporte, o indicador TKU permite a comparação entre modais, definindo a participação de cada um na matriz de transportes brasileira. Nesse sentido, o estudo estimou a distribuição modal do país, tendo identificado a participação de 11% do transporte aquaviário no transporte de cargas em 2018.
Segundo José Neto, gerente de Desenvolvimento e Estudos da Antaq, trata-se de procedimento efetuado anualmente pela Antaq, visando ampliar o conhecimento do transporte aquaviário de cargas e o acompanhamento da sua evolução.
De acordo com o superintendente de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade, José Renato Fialho, é a primeira vez que a Antaq faz um esforço no sentido de estimar a matriz de transportes brasileira, contando com dados da Empresa de Planejamento e Logística – EPL, do Plano Nacional de Logística Integrada – PNLI, da Agência Nacional de Transportes Terrestres e da própria Antaq.”
Ainda segundo José Renato, “o resultado estimado está em linha com outros estudos que estimaram a matriz de transportes brasileira, tais como o do Geipot/93 e 2000, Plano Nacional de Logística de Transportes – PNLT/2007, Ilos/2008 e 2013, e o PNLI/2015 e indica que a utilização do modo aquaviário está muito aquém da sua potencialidade”.
Por fim, o superintendente destaca que é necessário e urgente a instituição de medidas que mudem esse cenário, tais como o desenvolvimento do modelo de concessão de hidrovias e a chamada BR do Mar, ambos em gestação no Ministério da Infraestrutura. O resultado mostra que a utilização do modo aquaviário para o transporte de cargas no Brasil está estagnada há muitos anos no país.