Perante chefes de estado e governos, nesta segunda-feira (23) na Cúpula da Ação Climática da ONU, em Nova York, membros da Getting to Zero Coalition (coalizão para reduzir a zero) – uma poderosa aliança que representa líderes de alto escalão dos setores marítimo, de energia, infraestrutura e finanças, apoiados por tomadores de decisão de governos e organizações intergovernamentais – anunciaram que irão liderar o esforço para a descarbonização do transporte marítimo.
A ambição da Getting to Zero Coalition se alinha estreitamente com a Estratégia Inicial de GHG da Organização Marítima Internacional da ONU. Ela prescreve que o transporte internacional deve reduzir seu total anual de emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 50% dos níveis de 2008 até 2050. A coalizão assumiu o compromisso de concretizar essa meta ambiciosa de colocar em operação em alto mar, até 2030, navios de emissão zero, viáveis comercialmente, alimentados por combustíveis de emissão zero.
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A Getting to Zero Coalition é uma parceria entre o Fórum Marítimo Global, a Ação dos Amigos do Oceano e o Fórum Econômico Mundial. A coalizão é apoiada por mais de 70 organizações públicas e privadas, das quais há duas declarações:
“A eficiência energética tem sido uma importante ferramenta que nos tem ajudado a reduzir as emissões de CO2 por contêiner em 41% nas últimas décadas, e nos coloca na posição de liderança, 10% à frente da média do setor. No entanto, medidas de eficiência podem apenas manter estáveis as emissões do transporte marítimo, não as eliminar. Para dar o próximo grande passo em direção a descarbonização do transporte marítimo, é necessária uma mudança nas tecnologias de propulsão ou uma mudança para combustíveis limpos, o que implica colaboração estreita de todas as partes. A coalizão lançada hoje é um veículo fundamental para fazer essa colaboração acontecer”, disse o presidente-executivo da A.P. Møller Mærsk, Søren Skou.
“Descarbonizar o transporte marítimo é uma enorme tarefa, sem soluções simples, mas que tem de ser feita”, disse o presidente-executivo da Royal Dutch Shell, Ben van Beurden. “Pretendemos fazer parte da solução carbono zero a longo prazo, buscando as tecnologias mais exequíveis, que possam funcionar em uma escala global. É essencial começar agora, porque os navios construídos hoje estarão no mar por décadas”.
O transporte marítimo pode acelerar a transição energética mais ampla e trazer ganhos substanciais em desenvolvimento.
A Getting to Zero Coalition pode ser a catalisadora da transição energética mais ampla se o transporte marítimo se tornar uma fonte confiável de demanda por combustíveis de emissão zero e, portanto, ser um ponto importante de alavancagem de mudanças em outros setores difíceis de se adaptar.
“A mudança climática é um desafio social e econômico sério, que requer ação urgente dos setores públicos e privados”, disse o presidente-executivo do Citigroup, Michael Corbat, banco que é membro da Coalizão. “Esperamos que o trabalho da Getting to Zero Coalition irá inspirar outros setores com dificuldades para se adaptar a trabalhar em conjunto para acelerar a descarbonização de seus setores, conforme os fluxos de comércio global – e, consequentemente, as emissões de carbono – continuam a subir”, ele acrescentou.
A demanda por combustíveis de emissão zero, derivados de fontes renováveis, tem o potencial de gerar investimentos substanciais em projetos de energia limpa nos países em desenvolvimento.
“A Global Infrastructure Facility está pronta para apoiar governos em mercados emergentes e economias em desenvolvimento, junto com os bancos multilaterais de desenvolvimento parceiros, com financiamento e expertise técnica para planejar, projetar e mobilizar investimentos privados nas soluções de infraestrutura, para apoiar a descarbonização do transporte marítimo e contribuir com os objetivos da Getting to Zero Coalition”, disse o diretor da Global Infrastructure Facility, Jason Lu.
Fonte: Global Maritime Foundation