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GNL como combustível marítimo

Tema será destaque na Europort 2013

À medida em que aumentam as regulamentações sobre emissão de poluentes, crescem também os esforços para promover o gás natural liquefeito (GNL) como uma opção de combustível. O argumento para se utilizar gás natural liqueito (GNL) como combustível marítimo torna-se cada vez mais forte.  O uso de GNL reduz a emissão de nitrogênio de óxido (Nox) e dióxido de carbono (CO2) dos navios, permitindo aos operadores enfrentar restrições na Zona de Controle de Emissão de Enxofre (ZCEE), que se tornarão mais rigorosas a partir de 2015.

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Contudo, alguns obstáculos ainda precisam ser superados para que o GNL se torne uma alternativa ao óleo pesado e demais combustíveis.  Entre eles estão os gargalos de infraestrutura e a definição de regulamentos de sua armazenagem a bordo dos navios.

Encorajadas pelo governo e se apoiando no fato de os terminais localizados no porto de Roterdã serem verdadeiros hubs do Norte da Europa, as empresas de navegação holandesas estão saindo na fente para promover o GNL como combustível marítimo. Seus progressos serão apresentados durante as conferências da feira Europort,  que acontece de 5 a 8 de novembro, em Roterdã, na Holanda.

O porto de Roterdã pretende tornar-se um centro de distribuição de GNL por volta de 2030. Recentemente foi firmado um memorando de entendimento com o porto de  Gotemburgo a fim de trabalharem juntos e facilitarem a armazenagem de GNL nos dois portos até 2015.  Essa é a primeira de uma série de iniciativas em parceria com outros portos que Roterdã planeja por em prática para criar uma rede de oportunidades para ampliar o fornecimento do novo combustível.

Segundo o gerente de projeto no Departamento de Planos Portuários e Desenvolvimento/Navegação do porto de Roterdã, Maurits Prinssen, o compromisso a nível europeu é necessário e para isso, a parceria com o porto de Gotemburgo será uma aliança estratégica muito importante. E o acesso ao rio Reno é uma vantagem competitiva para Roterdã.

O porto de Roterdã também planeja ser o 1º operador de terminal a disponibilizar terreno para um ‘posto de abastecimento’ de GNL entre o Gate Terminal e o terminal de contêineres Euromax.  Os operadores do Gate Terminal (Gasunie e Vopak) estudam construir um terminal menor numa área adjacente para que o GNL importado por Gate possa ser fornecido não só como combustível para navios, mas também para utilização em terra.

O conceito inclui a instalação de um terminal para GNL que irá abastecer outros terminais no Norte da Europa. Prevê ainda o uso de barcaças que possam entregar o GNL por hidrovias, além de embarcações de curta e longa distância que abasteçam em Roterdã.

A operadora holandesa Deen Shipping já está pagando para ver. Sua barcaça Argonon, com 110 metros de comprimento e 6 mil tpb queima uma mistura de 80/20 de GNL e diesel e é a primeira capaz de fazer tal. O dono da empresa, Gerard Deen, afirma que o 1º ano de experiência foi muito positivo e o convenceu que o GNL é o combustível do futuro para a navegação interior. “É muito limpo, eficiente no custo e um combustível seguro se comparado com o óleo combustível.”

Os dois motores standard Caterpillar 3512 da Argonon utilizam 20% de diesel para acender a mistura de gás. Os motores foram modificados para enriquecer a combustão de ar com o gás natural. A Argonon também tem duas turbinas de gás para acionar o sistema elétrico.

A Deen Shipping colaborou recentemente com o grupo Linde a fim de estabelecer a primeira estação de GNL no porto de Roterdã. Gerard Deen diz que a expectativa é de que a estação esteja em funcionamento até 2014.  “Considero que o GNL é a saída para a navegação interior.   É importante investir na infraestrutura do GNL para ajudar a viabilizar sua utilização”, diz ele, acrescentando que tem mais quatro barcaças em sua frota e está trabalhando com fabricantes de motores para ajudar na melhoria do desempenho dos equipamentos.

Já o estaleiro Peters, em Kampem, confirmou recentemente que a Intertream Barging encomendou duas barcaças de 110 metros de comprimento movidas a GNL. As embarcações serão afretadas pela Shell Shipping e operarão ao longo do rio Reno até a Suíça. A primeira entrega está prevista para o segundo semestre deste ano.

O vice-presidente da Shell Shipping, Grahaeme Henderson, afirma que a empresa vê grandes oportunidades no GNL como combustível para navegação para a costa e interior na Europa. “O GNL pode ajudar operadores de navegação a cumprir padrões rigorosos de controle de emissões de gases.”.

As embarcações carregarão GNL suficiente para navegar de Roterdã a Basileia, e regressarem sem ter que reabastecer. As chamadas barcaças Greenstream terão como características quatro motores Scania de 400 cavalos-vapor SGL-16 CGM, acionando geradores HCM 434 F.

Lex van der Loo, diretor geral de Sandfirden Technics e um dos membros do conselho consultivo da Europort, acredita que a conferência vai oferecer uma oportunidade ideal àqueles que estão interessados no desenvolvimento de GNL como combustível e verem uma esperança tornar-se realidade. Na opinião dele, o GNL tem o potencial de fazer uma mudança profunda dentro da indústria marítima, especialmente se o preço do combustível permanecer a níveis atuais. “Há um potencial significativo para propulsão gás-elétrica, especialmente quando se trata de navegação fluvial, ferries e navios feeder.”



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