Navio São Luiz que estava à deriva colidiu em um dos pilares. Tráfego ficou fechado nos dois sentidos da via e foi reaberto no dia seguinte após avaliação técnica. Concessionária informou que não houve danos à estrutura
A Ponte Rio-Niterói foi fechada, em ambos os sentidos, devido à colisão de um graneleiro que estava à deriva no início da noite desta segunda-feira (14). O navio São Luiz atingiu a ponte por volta das 18h. Ao menos cinco rebocadores foram chamados de emergência para fazer o resgate da embarcação e evitar danos maiores. Equipes responsáveis fizeram a avaliação da integridade da estrutura da ponte após a batida. A concessionária EcoPonte informou que não houve danos à ponte e que o tráfego foi restabelecido em menos de 24 horas. Pouco antes das 22h, as pistas foram liberadas aos veículos, parcialmente, nos dois sentidos. Neste vídeo, filmado de um dos rebocadores é possível ver de perto o navio após a colisão com a estrutura de concreto da ponte.
As causas do acidente ainda estão sendo apuradas. Uma fonte ouvida pela Portos e Navios informou que o navio estava fundeado na área denominada '6W', sem tripulação e que 'garrou' — termo utilizado quando a âncora não segura bem a embarcação e ela se desloca. Ainda não se sabe se a âncora se soltou ou se a amarra arrebentou. Segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo, por volta das 18h, houve registro de ventos fortes, que atingiram 53,7 quilômetros por hora próximo ao Aeroporto Santos Dumont.
Em nota, a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro (CPRJ) ressaltou que, devido às 'condições climáticas extremas' neste final de tarde, o graneleiro teve sua amarra partida e se deslocou do local em que se encontrava fundeado. De acordo com o comunicado, a CPRJ tomou conhecimento da ocorrência, na noite desta segunda-feira (14) e enviou uma equipe de busca e salvamento (SAR) para o local, a fim de prestar o apoio e realizar a coordenação necessária, com a praticagem e os rebocadores. A reportagem apurou que os cinco rebocadores que foram fazer o atendimento de resgate/emergência são: Starnav Aldebaran, Starnav Antares e Starnav Sirius, da empresa Starnav; e C-Opala e o C-Brilhante, da Camorim.
Propriedade
A Marinha informou que a destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial e que, na espera da decisão neste campo, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela autoridade marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação. De acordo com a autoridade marítima, a embarcação será conduzida para atracação no Porto do Rio de Janeiro. Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
O navio São Luiz, que se desprendeu e bateu na ponte, já foi afretado por diferentes armadores. Em nota, a Posidonia Shipping informou que o navio chegou a ser arrestado por dívidas do proprietário, mas foi devolvido há mais de seis anos para a Navegação Mansur não tendo a Posidonia nenhuma responsabilidade sobre a embarcação. A Marinha confirmou em comunicado que a Mansur é a proprietária do graneleiro. Até o momento, a reportagem não obteve retorno da atual proprietária sobre as providências que serão tomadas sobre a ocorrência com a embarcação.
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