A Hidrovias do Brasil informou que o HB Tucunaré desencalhou por meios próprios, na madrugada desta quinta-feira (17). O graneleiro, carregado com 74 mil toneladas de bauxita, havia encalhado num banco de areia na Barra Norte do Rio Amazonas, no último domingo (13). Em nota, a dona do navio ressaltou que a embarcação não sofreu avaria, e seguiu para o destino final, o Porto de Vila do Conde (PA).
De acordo com a Hidrovias do Brasil, o navio saiu do Porto Trombetas, na última sexta-feira (11), e encalhou nas proximidades do Canal do Curuá, em um banco de areia que não estava previsto em carta náutica. A praticagem local, porém, afirma que o navio encalhou em uma área com baixa profundidade, já prevista em um 'aviso aos navegantes' distribuído pela Marinha em março deste ano. Linésio Junior, presidente da Unipilot — cooperativa de apoio e logística aos práticos da ZP-01, disse que o navio encalhou dentro das chamadas 'linhas de perigo' divulgadas nesses avisos.
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"As linhas tracejadas são o limite da área 'No Go', disseminada em março pela Marinha do Brasil, através de aviso aos navegantes", apontou. Ele destacou que a praticagem tem levantamento próprio para a área e utiliza software dedicado e exclusivo. O trabalho de batimetria na região é mantido pelo 4º Distrito Naval, através do CHN4 (Centro de Hidrografia do Norte).
A Marinha informou que emitiu avisos divulgando que o local onde foi registrado encalhe do navio HB Tucunaré tinha a existência de profundidades menores que as apresentadas na carta náutica. Os avisos podem ser consultados no site do Centro de Hidrografia da Marinha, em Niterói.
A autoridade marítima destacou que mantém diversos canais de comunicação com embarcações e comandantes ativos e centenas de militares em todo o Brasil e que trabalha para manter as atualizações dos dados. A Marinha reiterou ainda o "compromisso de prezar pela segurança da navegação e a salvaguarda da vida humana nas águas brasileiras, de Norte a Sul do Brasil".
A capitania dos portos do Amapá tomou conhecimento do ocorrido às 6h30 de segunda-feira (14). Naquele momento, o comandante do navio foi notificado, por meio do seu representante legal, ficando o navio retido até a vistoria por perito de sociedade classificadora. Após desencalhar do Canal do Curuá, por volta de 1h de quinta-feira (17), a capitania autorizou que o navio prosseguisse viagem até o porto de Vila do Conde (PA), após a análise do laudo técnico emitido pela Llyod’s, atestando que o navio encontrava-se em condições seguras para prosseguir viagem. Foi determinado ao representante legal do navio que realize uma vistoria subaquática por empresa especializada após a atracação em Vila do Conde. Um inquérito será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
A Hidrovias do Brasil informou que entrou em contato com as autoridades responsáveis imediatamente após o encalhe para solucionar a questão de forma rápida e segura. A empresa, que realiza operações com bauxita na região desde 2017, conta com dois navios com capacidade de 82 mil toneladas cada operando entre o Porto de Trombetas e o Porto de Vila do Conde — Tucunaré e Tambaqui, construídos no Estaleiro Ilha S/A (Eisa). Em 2016, a empresa adquiriu as duas embarcações da Log-In para atender a um contrato de longo prazo celebrado com a Alunorte para transporte da bauxita entre Porto Trombetas e Vila do Conde, no Pará. Esse trade tem capacidade de seis milhões de toneladas de bauxita por ano.
Nota da redação: Matéria atualizada para acréscimo de informações transmitidas pela Marinha.